Campinas teve o fechamento de 44,6% das empresas abertas durante o primeiro trimestre de 2023. De acordo com dados da Jucesp (Junta Comercial do Estado de São Paulo), apurados a pedido do acidade on Campinas, foram abertas 2.260 empresas nos primeiros três meses do ano, contra um total de 1.008 CNPJs (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica) encerrados no mesmo período.
Ainda segundo o levantamento, o mês de março contou com o maior número de aberturas de novas empresas em Campinas, com 872. Ao mesmo tempo, o total de baixas também foi maior, com 377. Veja os detalhes por mês abaixo:
ABERTURAS DE NOVAS EMPRESAS EM CAMPINAS
- Janeiro/2023: 735
- Fevereiro/2023: 653
- Março/2023: 872
FECHAMENTO DE EMPRESAS EM CAMPINAS
- Janeiro/2023: 333
- Fevereiro/2023: 298
- Março/2023: 377
De acordo com a economista do Observatório PUC-Campinas, Elaine Navarro Rosandiski, o crescimento de novas empresas ao longo dos meses deste ano pode ser explicado pelo panorama atual do mercado formal de trabalho.
“Acho que esse grande movimento de abertura de empresas é uma estratégia no qual o mercado de trabalho tem estimulado muito o empreendedorismo e o individualismo”, afirma.
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E A BAIXA?
Para a economista, o alto índice de fechamento de empresas por ser relacionado a uma estratégia de sobrevivência de trabalhadores em busca de uma nova oportunidade.
“A gente pode ter uma situação em que, na ausência de emprego formal, as pessoas estão se lançando em desafios de se tornarem empreendedores. Só que, muitas vezes, isso é muito mais uma estratégia de sobrevivência do que propriamente ter uma formação específica de como ser empreendedor, abrir uma empresa e fazer o estudo de mercado. Então, muitas vezes, há uma taxa de mortalidade muito grande dessas empresas porque a pessoa se arrisca e percebe que não é exatamente o que poderia fazer”, explica Rosandiski.
Além disso, há uma possibilidade menos sombria para este cenário, em que os microempreendedores abrem empresas para trabalhos específicos e acabam encerrando o registro ao término de um contrato.
“Uma segunda possibilidade que a gente tem visto no mercado de trabalho é muito trabalhador autônomo, que é o microempreendedor e atual como PJ. Alguma situação pode forçá-los a fechar essa empresa, porque ela pode ter surgido para um tempo específico, para um contrato”, finaliza.
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