Um levantamento realizado pelo SetCamp (Sindicato das Empresas de Transporte Metropolitano e Urbano de Passageiros da Região Metropolitana de Campinas) indica que Campinas tem uma média de nove ônibus vandalizados por dia. O levantamento foi feito com dados das concessionárias que atendem o transporte público de Campinas.
O ranking mostra que as pichações são as registradas em maior número. Em seguida vem os casos de assentos rasgados (por objetos cortantes) ou arrancados. Por último, aparecem os casos de vidros de portas e janelas quebrados.
Entre as regiões com ônibus mais vandalizados aparecem a região do Jardim Campo Belo, e bairros da extensão da Rodovia Santos Dumont (SP-075).
O balanço indicou ainda que o numero de ônibus danificados voltou a crescer na cidade.
“Antes da pandemia tínhamos em média de 10 a 11 casos de atos de vandalismo por dia em Campinas. Hoje quase voltando a normalidade no transporte temos uma média de nove casos por dia, o que consideramos um número muito alto”, disse Paulo Bardal, diretor de comunicação do Setcamp.
PROBLEMAS
Os casos de vandalismo dificultam o transporte para quem precisa pegar o ônibus todo dia.
“Já machuquei a coxa batendo em um ferrinho de acento que estava quebrado, fiquei com um roxo enorme”, contou a operadora de caixa Ana Paula Correa.
“A gente ve muito banco de idoso rasgado, desfigurado, é complicado”, disse o auxiliar de segurança pública Luízio Guimarães.
CASOS RECENTES
A maioria dos casos acontecem nos acentos do meio para o fim do ônibus, em locais que muitas vezes o motorista não consegue ver a ação, mas em alguns casos, a ação não é disfarçada e vem acompanhada de violência.
No dia 14 de março, um homem foi flagrado atirando pedra e quebrando vidro de uma janela de ônibus em Campinas.
Alguns dias depois, no dia 22 de março, um homem não identificado também foi flagrado quebrando a pauladas vidros de um ônibus do transporte público. Nos dois casos, apesar do susto ninguém ficou ferido.
ÔNIBUS PARADOS
A manutenção de veículos vandalizados causa o recolhimento dos ônibus, que muitas vezes ficam dias ou até semanas parados.
No setor de tapeçaria, que faz a manutenção dos veículos do transporte público de Campinas, o fluxo de trabalho é intenso.
“Eles rasgam, quebram, picham os bancos, a gente troca em média 10 bancos por dia. Todo dia tem alguma coisa pra trocar”, contou o tapeceiro Marco José.
“Algumas vezes o conserto é rápido, em algumas horas é feito, mas quando o dano é grande em alguns casos os ônibus chegam a ficar parado até uma semana. Isso também encarece o custo total do transporte, e mais cedo ou mais tarde, quando houver um reajuste, esse custo compõe o reajuste”, explicou Paulo Bardal.
Vale lembrar que vandalismo é crime, pode pagar multa e ser preso. A pena varia de seis meses a três anos de prisão.