As chuvas registradas neste mês de setembro, em Campinas, já superaram a média histórica para o mês. Até às 14h10 desta quarta-feira (28), a estação do Cepagri (Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura), da Unicamp, tinha registrado o acumulado de 79 milímetros – o maior para setembro desde 2015. A média climatológica para o mês que marca a chegada da Primavera é de 62 milímetros. Segundo Bruno Bainy, meteorologista do Centro de Pesquisa, as chuvas neste mês são atípicas, considerando que nos últimos anos setembro foi um mês mais seco.
“Esse mês de setembro está chuvoso, especialmente esse final de mês, isso já estava sendo esperado pelo menos desde a semana passada, mas é um caso atípico considerando o histórico dos anos mais recentes. Setembro nos últimos anos estava sendo marcado por ondas de calor, períodos muito quentes e seco”, afirmou. De acordo com Bainy, a previsão é que as chuvas continuem e a Primavera tenha acumulados até acima da media.
“Esse ano essa Primavera promete ser um pouco diferente, inclusive a tendência para outubro e novembro é de temperaturas mais amenas, abaixo da média climatológica, o que não necessariamente representa frio e nem significa que não vamos ter dias quentes, mas é uma média. E também chuvas na média ou acima da média”, afirmou.
VEJA VOLUMES DE CHUVA EM SETEMBRO NOS ÚLTIMOS ANOS:
- 2022: 79 mm (até 14h de 28/9)
- 2021: 6,6 mm
- 2020: 22,6 mm
- 2019: 50,0 mm
- 2018: 50,5 mm
- 2017: 13,5 mm
- 2016: 30,7 mm
- 2015: 148,6 mm
DÉFICT DE CHUVA
Apesar da chuva acima da média, até agora o acumulado de chuvas no ano ainda é abaixo do esperado. O “défict” de chuvas, até o momento, é de 114 milímetros, segundo o Cepagri, o que agrava o período de estiagem. Desde o início do ano, somente janeiro e agosto tinham tido chuvas acima da média, e agora setembro entrou para a lista.
“Para esse ano a gente teve chuva acima da média somente em janeiro, que tivemos eventos de zona de convergência do Atlântico Sul, que foi bem expressivo, e agosto, que ficou pouca coisa acima da média, mas em um geral ainda tem déficit de chuva no ano”, explicou Bainy.
E A CHUVA CONTINUA?
Segundo o Cepagri, hoje, as chuvas ainda devem ocorrer ao longo do dia de forma recorrente, e podem somar volumes elevados e ocasionar alguns transtornos, especialmente sob picos de chuva de forte intensidade. Para amanhã, as chuvas devem se concentrar nos períodos da madrugada e manhã, devendo dar uma trégua à tarde e à noite, devendo retornar na sexta-feira.
“A previsão é de chuvas mais significativas entre hoje e amanhã, amanhã de madrugada até o período da manhã a gente deve ter chuvas persistentes ou recorrentes e a partir da tarde a gente deve ter uma trégua apesar do tempo ficar nublado, mas não se descarta chance de chuva isolada leve e rápida. Entre sexta-feira e sábado a gente deve ter mais alguma chuva, mas temos indicativos para volumes bem menores”, indicou Bainy.
E O FRIO?
A partir de amanhã, os ventos ganham intensidade, passando a soprar de forma moderada a forte até a manhã de sexta-feira, com velocidades médias em torno de 35 km/h e rajadas da ordem de 55 km/h, transportando também um ar mais frio. Amanhã, as temperaturas ficam entre 14ºC e 19ºC, mas com a nebulosidade e ventos fortes a sensação térmica cai. Na sexta-feira, as temperaturas ficam entre 14ºC e 20ºC.
