O IBGE divulgou nesta sexta-feira (6) um novo balanço que traça um panorama das religiões no Brasil e nas regiões, com base nas declarações de moradores a partir dos 10 anos de idade. A análise considera os dados coletados entre 2010 e 2022 e mostra como os vínculos religiosos da população se modificaram ao longo desse período.
Número de católicos teve redução
Em Campinas, a religião católica apresentou queda de 10,15%. Em 2010, os católicos eram maioria expressiva, mas atualmente representam 50% dos moradores.
O número de evangélicos, por outro lado, teve crescimento de 20,88% no mesmo intervalo e hoje equivale a quase 28% da população da cidade.
“A maioria que mais cresce é a dos pentecostais, em grande parte porque a população do Brasil aumentou entre 2010 e 2025. Houve um crescimento populacional. Os evangélicos costumam batizar seus filhos, e esses, batizados, tendem a permanecer na própria religião. Isso indica que não há uma saída significativa de fiéis evangélicos pentecostais para outras religiões. Hoje, entre os estudiosos, há um consenso de que não ocorre mais uma conversão em massa de católicos para o evangelicalismo”,
afirma a professora de Antropologia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Brenda Carranza.
A crença espírita também registrou aumento: passou de 33 mil para 34 mil seguidores, o que corresponde a 3% dos campineiros — uma variação de 2,38%.
Umbanda e candomblé
Já um dos crescimentos mais expressivos foi observado entre os praticantes de umbanda e candomblé. Em 2010, eram cerca de três mil pessoas. Agora, o número chega a 13,7 mil, o que representa 1,3% da população de Campinas — um aumento de 398,11%.
“O candomblé e a umbanda são religiões de raízes africanas. Quando alguém se autodeclara umbandista ou candomblecista, esse gesto pode ser também um movimento de resistência política: ‘eu vou dizer que sou para não permitir abusos do fundamentalismo, para não permitir ataques’. Além disso, a umbanda e o candomblé, por incrível que pareça, são movimentos que, de acordo com o Censo de 2022, apresentam uma grande expressividade religiosa entre pessoas brancas, embora sejam religiões de matriz negra. Há, contudo, uma forte conexão com o movimento político de resistência e com a consciência negra. Aqueles que se autoidentificam como umbandistas podem estar também expressando um movimento de resistência negra — uma afirmação racial e de identidade ligada à negritude”,
afirma a professora.
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