A Catedral Metropolitana de Campinas removeu na manhã desta quarta-feira (15), os espetos de ferro instalados na escada lateral, localizada na Rua Costa Aguiar, no Centro da cidade. O assunto viralizou após uma publicação do padre Júlio Lancellotti, conhecido por sua militância social.
Na segunda-feira (13), o pároco paulistano compartilhou uma foto da escada com os espetos de ferro no Instagram. Lancellotti, que reúne milhares de seguidores, acusou a Catedral de Campinas de “aporofobia”, termo que representa e define o medo e à rejeição aos pobres.
Com a repercussão, a administração emitiu uma nota dizendo que os artefatos foram colocados há mais de 30 anos em uma das escadas que fica no “acesso à sala da Irmandade do Santíssimo Sacramento, que administra esta parte da Catedral”.
O texto também diz que o Pároco Caio Augusto de Andrade entrou em contato com o Padre Júlio Lancelotti e explicou a origem da estrutura, “cuja foto não representa a real opção pelos pobres da Catedral”. O Padre Júlio excluiu a foto do seu perfil e divulgou um vídeo gravado pelo Pároco Caio que diz que a colocação dos espetos de ferro foi “um erro histórico”.
Ainda de acordo com Catedral, houve uma reunião entre os organismos católicos, como Cáritas, Vicentinos, Irmãos e Irmãs da Pobreza e Pastoral Social Levanta-te junto à secretaria de Assistência Social para traçar projetos para os moradores de rua. “Os projetos estão em andamento para 2022”, finaliza a nota.
“FOGO AMIGO”
O Pároco Caio Augusto de Andrade também divulgou, nesta quarta-feira (15), uma nota sobre o caso, dizendo que foi “surpreendido por fogo amigo” e que a Catedral não é aporofóbica.
“Na segunda-feira de manhã, fui surpreendido por ‘fogo amigo’: uma postagem que, sem ter a intenção, suscitou ódio contra a Catedral (…) Mal me lembrava destes espetos de ferro que foram colocados, bem antes que eu nascesse, com o propósito de inutilizar a escada e evitar que as pessoas fizessem suas necessidades fisiológica por entre as frestas da grade, indo diretamente para dentro da igreja”, escreveu ele.
“Como seu administrador, tenho a certeza de que a Catedral pode ter defeitos, mas ela não é aporofóbica: nunca na sua história ela rejeitou pobre algum que a procurasse”, garantiu o Pároco.
Ele ainda criticou os usuários das redes sociais que não procuraram saber quantas pessoas a Catedral ajudou a tirar da situação de rua.
“Só querem polemizar sobre a retirada dos espetos de ferro da escada da Igreja que nunca foram alvo de reclamação. Para quem tirou centenas de milhares de pessoas das ruas de Campinas nos últimos 100 anos, tirar alguns ‘espetos de ferro’ da escada levará apenas alguns minutos”, finalizou