Com o acumulado recorde de 286,44 milímetros de chuva em fevereiro, o Sistema Cantareira, responsável pelo abastecimento de Campinas e outras cidades da região, voltou a atingir 70% do volume operacional. A última vez que o nível foi alcançado foi em agosto de 2012, antes da crise hídrica no estado de São Paulo.
A repetição do problema, inclusive, foi descartada pelo coordenador de projetos do Consórcio dos rios PCJ (Piracicaba, Capivari e Jundiaí), José Cezar Saad, que não vê motivos para preocupação. Mesmo com a queda das ocorrências de chuva nos próximos meses de 2023, ele não crê em desabastecimento na região.
“É bem provável que não tenhamos problemas de abastecimento neste ano de 2023. E também há perspectiva para que 2024 seja um ano menos traumático do que já tivemos por conta desse volume reservado hoje no Sistema Cantareira”, disse o especialista em entrevista à rádio CBN Campinas.
Assim como em Campinas e região, o volume de precipitações acima do esperado entre o final de 2022 e os dois primeiros meses deste ano foi o que causou a elevação dos níveis das represas. O total em fevereiro, de 284,4 mm, por exemplo, foi 42% superior à média esperada para o sistema, de 200,4 mm.
Ainda segundo Saad, como o consumo de água durante estiagem costuma ficar ao redor de 25%, a manutenção da média entre o segundo e o terceiro trimestres deve dar tranquilidade em relação à disponibilidade de água até o final do ano.
‘OUTONO METEOROLÓGICO’
De acordo com a previsão estendida do Cepagri (Centro de Pesquisas Meteorológicas e Climáticas Aplicadas à Agricultura), da Unicamp, as famosas “águas de março” devem ocorrer já no início desse mês. Em Campinas, a tendência é de chuvas volumosas para os próximos dias, até 13 de março.
Já na segunda quinzena do mês, as chuvas irão para a normalidade, sem semanas atipicamente chuvosas ou secas. Segundo o Centro, março já é considerado o primeiro mês do “Outono Meteorológico”, período em que ainda ocorrem acumulados de chuvas expressivos, mas as temperaturas médias apresentam declínio, em comparação com o trimestre anterior.
“A gente entra no ‘Outono Meteorológico’, que é uma estação de transição. Em março ainda tem bastante chuva, mas as temperaturas já dão sinal de declínio. Depois, a partir de abril, é que as chuvas já caem bastante“, relata o meteorologista do Centro, Bruno Bainy (LEIA A MATÉRIA COMPLETA AQUI).