
A região de Campinas vai regredir de fase do Plano São Paulo de flexibilização da quarentena de combate ao coronavírus. O anúncio foi adiantado para os órgãos de imprensa e confirmado durante coletiva pelo governador do Estado, João Doria (PSDB), no começo da tarde desta segunda-feira (30).
O retrocesso atinge todas as cidades que estavam na fase verde e foi anunciado um dia após a eleição do segundo turno da capital paulista, vencida por Bruno Covas (PSDB), prefeito reeleito apoiado por Doria.
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Até então, o DRS (Departamento Regional de Saúde) de Campinas estava na fase verde - mais flexível do plano-, agora, volta para a fase amarela, aumentando as restrições de funcionamento do comércio e de setores da economia. A mudança, no entanto, não altera o cronograma de volta às aulas, permitindo que as escolas continuem abertas.
A região estava desde outubro na fase verde. Antes disso, DRS de Campinas ficou por mais de dois meses na fase amarela, entre os dias 8 de agosto a 9 de outubro (dia da classificação que permitiu o avanço).
CAPACIDADE REDUZIDA
Com a decisão, comércios e serviços vão voltar a funcionar menos horas por dia, devendo fechar às 22h. Seguindo as regras, mesmo com a mudança, restaurantes, salões e academias continuam funcionando, mas com capacidade reduzida. Todos os setores voltam a ter ocupação máxima limitada a 40% da capacidade do local, com horário reduzido podendo funcionar em até 10h diárias.
Atualmente, a ocupação desses locais era autorizada em 60% da capacidade, sem limite de horas por dia. Também serão proibidos eventos com público em pé. Teatros, cinemas e parques continuam abertos.
Desde a semana passada, com uma alta na taxa de transmissão do coronavírus e nas internações no estado de São Paulo, o centro de contingência já havia sinalizado o pedido ao governador João Doria (PSDB) por uma volta no endurecimento nas medidas de isolamento social. Dória, por sua vez, afirmou que a regressão poderia acontecer dependendo do cenário encontrado.
A reclassificação do plano era programada para o último dia 16 de novembro, mas foi adiada para hoje (30), com o governo estadual alegando instabilidades nos dados sobre óbitos e casos por causa de falhas no sistema do governo federal. Segundo o governador, a nova reclassificação está prevista para o dia 4 de janeiro, e a partir daí será feita a cada 7 dias.
Ontem (29), o prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB) disse que desconhecia qualquer informação de que a região de Campinas possa retornar a uma fase mais restrita do plano, citando que os números da doença ainda estavam tranquilos e não indicariam uma mudança.
MOTIVOS
Segundo Doria, o regresso de todo o Estado foi decidido por causa do aumento de casos e do volta do descontrole no número de casos.
"Aqui em São Paulo vamos seguir dentro do nosso programa, insistir até a chegada da vacina. Com claro aumento da instabilidade da pandemia, decidimos que 100% do Estado vai retornar para a fase amarela, a medida não fecha comercio, nem bares nem restaurantes, mas é uma medida mais restritiva para evitar aglomerações e o contágio", afirmou, citando que a situação tem que ser controlada até a chegada de um imunizante.
"Até a chegada da vacina precisamos ter cautela, resiliência, compreensão, principalmente dos mais jovens, para que a covid nao foi embora, o vírus ainda esta presente e o vírus mata. Se não tomarmos medidas de cautela nós teremos aumento no numero de óbitos e volto a repetir que não é uma gripezinha, é uma pandemia gravíssima", acrescentou.
Segundo o secretário de Saúde do Estado, Jean Gorinchteyn, desde as últimas semanas é visto um aumento nas internações, sendo que na semana epidemiológica 46 houve aumento de 18%, na semana seguinte 17% e na última de 7%. Segundo o secretário, o crescimento, junto com os indicadores, foram determinante para a decisão de retroceder. Jean ainda afirmou que a fase de agora significa "atenção" a população.
ELEIÇÃO
Sobre o anúncio um dia após o resultado das eleições, o governador afirmou que a determinação hoje não teve relação com o período eleitoral.
"Não são medidas nem eleitorais, são determinações conforme a Saúde determina. Não foi determinado pela eleição, mas pela Saúde", afirmando, citando que somente hoje houve fechamento dos dados da semana, e com isso foi possível ter visão sobre a situação de todo o Estado.