O comerciante de 48 anos que baleou um cliente durante uma confusão dentro da própria loja nesta terça-feira (21), em Campinas, não tinha permissão para portar ou usar armas e descartou o revólver calibre 38 enquanto tentava fugir após o crime. Ele não tinha antecedentes criminais e permanece preso. Já a vítima, de 39 anos, seguia internada no HC (Hospital de Clínicas) da Unicamp até a manhã de hoje – veja mais detalhes abaixo.
De acordo com o boletim de ocorrência registrado no 1º DP (Distrito Policial) da cidade, a briga entre os homens começou após um “desacordo comercial”, já que o cliente foi procurar a loja de conserto de máquinas de cortar grama no bairro Bonfim para reclamar da manutenção feita em uma roçadeira. À EPTV Campinas, uma testemunha detalhou como foi a discussão dentro do imóvel.
“Eu estava pegando uma peça, e, nisso, chegou um cidadão com uma roçadeira que diz que estava dando problema. Daí ele [comerciante] falou: ‘o problema que está dando é a gasolina ruim que você põe’. O rapaz falou: ‘você está me chamando de mentiroso?’. Daí ele [cliente] já pegou a máquina, socou ela nos outros equipamentos, já quebrou e partiu em cima do proprietário”, relatou.
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TRÊS TIROS
Em depoimento à PM (Polícia Militar), o suspeito confirmou a versão e alegou que se sentiu ameaçado depois que o cliente “se apoderou de uma barra de ferro e uma ferramenta que estava sobre a bancada” e partiu “em sua direção e de um funcionário”, que teria sido alvo de ao menos duas tentativas de agressões.
“Tendo em vista que o homem estava armado e era maior de porte físico, o investigado disse-lhes que foi até sua casa, que fica nos fundos da oficina, pegou um revólver calibre 38, retornou à oficina e passou a realizar disparos na direção do cliente, que saiu correndo do local”, diz o boletim de ocorrência.
Após ser baleado com um tiro no abdômen e dois no braço, a vítima seguiu pela Avenida Governador Pedro de Toledo até chegar ao 8° Batalhão da Polícia Militar, onde foi socorrido pelo helicóptero Águia e levado consciente até o Hospital das Clínicas da Unicamp, onde foi atendido, passou por cirurgia e segue internado. Segundo a unidade, a situação de saúde é de risco moderado.
A ARMA USADA
Ainda conforme o documento registrado no 1º DP, o comerciante “ficou desesperado pegou o carro e o armamento e deixou o local”. Durante o trajeto, relatou que descartou o revólver nas margens da Rodovia Anhanguera (SP-330), próximo ao batalhão do Exército. O homem foi encontrado na Rodovia Jornalista Francisco Aguirre Proença (SP-101) e não resistiu à prisão.
O advogado do comerciante, Waldiner Alves da Silva, disse que os tiros foram feitos para defender um funcionário. “O que ele disse foi que entendeu que aquela pessoa poderia pegar a arma e matar a todos. Ele diz que quis evitar, levou a arma pra casa dele. Ouvindo os gritos do seu funcionário, com um ferro na garganta, ele voltou e foi quando os fatos aconteceram”, justifica a defesa.
Na delegacia, testemunhas do crime prestaram depoimento. Entre elas, o funcionário da loja. Segundo a PM, o comerciante não tinha ficha criminal.
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