O Centro de Campinas tem sido mais uma vez alvo de críticas por parte de frequentadores e comerciantes devido à sujeira presente em diversos pontos da região. Além disso, o local enfrenta problemas relacionados à insegurança e ao comportamento de pessoas em situação de rua que vivem na área, muitas vezes deixando resíduos como urina e fezes pelas vias públicas.
Embora esses problemas não sejam novidades na Metrópole, impactam negativamente a rotina de quem vive, trabalha ou transita pelo local, contribuindo para um ambiente que afasta clientes e compromete a atividade comercial, de acordo com os relatos.
Em nota, a Prefeitura de Campinas informou que tem diversas frentes de atuação para oferecer suporte às pessoas em situação de rua e também para garantir a limpeza do Centro – leia posicionamento na íntegra abaixo.


Deficiência na coleta de lixo no Centro de Campinas
A professora aposentada Helena do Pará, que mora em Campinas há 40 anos, conta que adotou a cidade com muito carinho junto com seu marido. Apesar disso, ela relata que tem observado, nos últimos anos, um acentuado declínio na eficiência da coleta de lixo na cidade.
“Muito embora as caçambas verdes colocadas pela Prefeitura ao longo de nossas ruas tenham amenizado o problema de descarte do lixo por parte dos moradores, ainda existem áreas em que se nota muito, muito lixo e uma deficiência grande na coleta de folhagens e galhos de árvores”,
conta.
Ela também destaca um problema adicional gerado pelas caçambas: o comportamento de pessoas em situação de rua, que reviram os recipientes em busca de alimentos ou materiais recicláveis e acabam espalhando o lixo ao redor.
“É uma realidade que percebemos com muita tristeza. E nem sempre essa limpeza e feita com presteza pela Prefeitura. Não desconheço que encontrar uma solução para as pessoas em condição de rua é difícil. Mas é lamentável. Por exemplo, já vimos várias vezes eles com quentinhas fornecidas por estabelecimentos: restaurantes e lanchonetes. Eles fazem a sua refeição e descartam a embalagem, às vezes com resto da comida, em qualquer lugar, menos nos cestos de lixo”,
finaliza.
Impactos para comerciantes do Centro de Campinas
Os comerciantes do Centro também relatam prejuízos causados pelos resíduos. Um empresário, que prefere não se identificar, critica a escolha da Prefeitura em instalar caçambas destinadas apenas a materiais orgânicos.
“É uma péssima gestão de meio ambiente no Centro de Campinas e isso nos causa transtornos. Porque os moradores de rua fazem a coleta de recicláveis e não devolvem adequadamente o material orgânico na lixeira. Esses restos no chão acabam por atrair insetos, animais peçonhentos e roedores”,
explica.
Ainda, segundo ele, a sujeira na rua atrapalha a movimentação do Centro, especialmente para quem vende alimentos.
“Eu fico aqui, à mercê da minha própria sorte, eu mesmo preciso fazer a limpeza e organizar o entorno do meu comércio. E na hora de fazer o descarte, sempre fica a preocupação, porque nunca sei qual horário vai passar a coleta. Hoje mesmo a limpeza não passou, eu varri a rua, que não fui eu que sujei. É tudo fruto de uma gestão que não está sabendo organizar o sistema: a limpeza, a mobilidade e atrair o fluxo novamente, fazendo com que as pessoas possam se sentir seguras e com higiene”,
afirma.
Desafios diários
Um vendedor de frutas, que atua na região há mais de 30 anos, conta que até mesmo ações de solidariedade precisam ser acompanhadas de cuidado com a limpeza do local.
“Você dá uma fruta com boa vontade, a pessoa come e joga a casca na rua. Alguém passa, escorrega e cai, e a culpa acaba recaindo sobre mim. Então, além de ajudar, eu preciso me preocupar com o que será feito com o resto do alimento”,
explica.
O comerciante também afirma que, ao longo do dia, é abordado por diversas pessoas em situação de rua, que frequentemente pedem ajuda.
“Eles pegam marmitas ou frutas e depois vendem em outros lugares. Já vi de tudo nesses anos de trabalho. Não reclamo mais, só tento fazer o melhor e contribuir para que o ambiente fique mais limpo”,
conclui.
Cheiro forte
Mas, o problema com a limpeza vai além de restos de alimentos e lixo retirado das caçambas. A Luana conta que, muitas vezes, ao chegar no local de trabalho encontra muita urina e fezes humanas.
“Eu preciso lavar, preciso limpar, coisa que não é legal, nem aqui e nem em outras lojas. Por exemplo, no comércio da frente, sempre tem gente dormindo e eles deixam entulhos, roupas, sacos de lixo, restos de comida, lata, fica muita coisa aqui”,
afirma.
Segundo a comerciante, além da sujeira e do grande número de pedintes que circulam diariamente pelo comércio, outros fatores também têm assustado quem trabalha na região.
“Esses dias eu presenciei um assalto aqui, coisa que eu nunca vi aqui. Então acho que agora mudou muito. Fica a sensação de insegurança”,
ressalta.
O que a Prefeitura diz sobre os moradores em situação de rua?
Em nota, a Prefeitura de Campinas informou que a questão das pessoas em situação de rua “é um desafio complexo e delicado, que exige uma abordagem integrada, humanizada e contínua”.
“A Prefeitura de Campinas conta com uma ampla rede de programas e serviços voltados a essa população, como o SOS Rua, o Bagageiro Municipal, os Centros POP, as Casas de Passagem, entre outros. Essas iniciativas têm como objetivo oferecer suporte, acolhimento e alternativas concretas para a reintegração social, sempre pautadas no respeito à dignidade de cada indivíduo”,
explicou.
Além disso, o Executivo ressaltou que disponibiliza alimentação em locais apropriados e devidamente estruturados para esse público, mas explicou que o acesso a esses serviços depende da vontade e adesão por parte das pessoas em situação de rua, uma vez que não é possível obrigá-las a fazer uso dessas estruturas.
“Nos Centros POP Sares, é oferecido o café da manhã; na Casa da Cidadania, o almoço; e no Refeitório da Cidadania, o jantar. A Secretaria de Desenvolvimento e Assistência Social segue empenhada em expandir e aprimorar as ações, promovendo uma abordagem humanizada que respeite os direitos de todos os cidadãos e buscando soluções que contribuam para melhorar as condições de convivência na cidade”
afirmou.
E sobre a limpeza no Centro de Campinas?
Em relação à limpeza da região central, informou que o Departamento de Limpeza Urbana tem equipes de varrição e lavagem, com água e desinfetante, que atuam diariamente no Centro, desde cedo até a noite, em especial na Rua 13 de Maio, principal via de comércios e circulação de pedestres.
“As equipes de varrição fazem a limpeza continuamente na área central e recolhem o lixo que as pessoas jogam no chão ou retiram dos contêineres. A limpeza de bocas de lobo, por onde escoa a água das chuvas, é feita diariamente. Há lixeiras distribuídas na região central para que as pessoas descartem os resíduos. O caminhão cata-treco circula diariamente pela região central e recolhe materiais e outros resíduos que estejam descartados no chão”.
Ainda de acordo com o Executivo, a coleta domiciliar, a maior parte mecanizada, é feita diariamente no Centro.
“Em alguns pontos, o caminhão recolhe três vezes por dia os resíduos dos contêineres. Os cidadãos também podem acionar a Prefeitura e solicitar serviços municipais por meio do telefone 156”,
informa em nota.
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