A CP (Comissão Processante) que apura a denúncia contra o vereador Nelson Hossri (PSD) por quebra de decoro parlamentar na Câmara de Campinas enviou ao investigado uma notificação sobre o processo nesta segunda-feira (22).
A partir do recebimento, Hossri terá 10 dias úteis para apresentar sua defesa. Essa etapa do será feita previamente por escrito, juntamente com a indicação de provas e de 10 testemunhas que devem ser ouvidas durante o processo.
A comissão é formada por Paulo Haddad (Cidadania), que preside a CP, a vereadora Paolla Miguel (PT), que atua como relatora, e Paulo Gaspar (Novo). Eles terão 90 dias para apurar e apresentar um relatório sobre a denúncia.
O documento vai indicar ou não a cassação. Se considerá-lo culpado, será preciso que 2/3 dos 33 membros da Casa votem favoráveis ao texto. O prazo começou a ser contabilizado no último dia 17, quando a CP foi aprovada.
DENÚNCIA
O pedido aprovado defende que Hossri “expôs a Casa, não atuou com sobriedade” e “cometeu tentativa de agressão e ameaças” durante a sessão do dia 8 de novembro, quando Paolla Miguel (PT) foi alvo de injúria racial.
De acordo com o texto, o vereador “convocou grupos de apoiadores” que realizaram um ato antivacina na Câmara e incitou os manifestantes a ofenderem os colegas. Em um dos ataques, uma mulher xingou Paolla de “preta lixo”.
O documento se baseia ainda no artigo 6º do Código de Ética do Legislativo de Campinas, defende que houve postura “incompatível com o decoro parlamentar” e lembra que Hossri chegou a tirar a máscara durante discurso.
O QUE DIZ HOSSRI
Questionado sobre como recebeu a abertura da Comissão Processante que pode culminar na sua cassação, Nelson Hossri disse ver a situação com “muita tranquilidade” e afirma ter “uma oportunidade para mostrar os fatos”.
“A esquerda vai tremer e eu sou pautado pela direita. Não adianta se vitimizar. Vou aproveitar a oportunidade para dizer a verdade”, afirma. Ele também nega ter convocado, convidado, ou insuflado qualquer grupo ou manifestante.