A Prefeitura de Cosmópolis decretou, nesta segunda-feira (27), estado de calamidade pública, por risco de desabastecimento de água na cidade. A partir de agora, segundo a Administração, multas vão ser aplicadas para quem for flagrado desperdiçando água. Ainda segundo a Prefeitura a cidade tem capacidade de abastecimento apenas para mais oito dias.
A cidade proibiu a lavagem de calçadas e o funcionamento de lava-rápidos que usem água da rede pública. A situação é causada após o rompimento de uma barragem da represa da cidade no começo desse mês. O paredão se rompeu no dia 9 de março, fazendo com o reservatório perdesse 75% do volume de água. Apesar do susto, não houve alagamentos ou feridos.
Cosmópolis já tinha decretado situação de emergência após o colapso da barragem. Agora, segundo o prefeito da cidade, Junior Felisbino, foi preciso decretar calamidade pelo baixo nível de reserva de água.
“Diante de todo o cenário que ocorreu a gente fez o decreto de emergência e foi necessário nesse momento fazer o de calamidade pública, porque se não economizar. Temos água somente para mais oito dias na cidade”, afirmou o mandatário.
O prefeito ressaltou também que a população colaborou com a situação do município e reduziu o consumo. Porém, destacou que nos últimos dias houve um “relaxamento” e as pessoas voltaram a utilizar mais água.
“A população desde o início tem colaborado. Na primeira semana ajudou bastante, mas passou a semana, o pessoal já começou a relaxar. Esquece que houve o rompimento do paredão. Então a gente tem que contar com o apoio da população e se não contar, aqueles que por ventura estiverem lavando calçada vamos multar. Vamos passar por um período grande de estiagem e é preciso se organizar para não faltar água para a população”, completou.
O QUE MUDA
Segundo o texto, a situação foi decretada por 90 dias, “em razão da redução da quantidade de água disponível para captação, tratamento e abastecimento de água potável no município, em decorrência do rompimento/colapso de barragem, que reduziu os níveis de água acumulada na represa Pirapitingui”.
Durante o período, fica proibido na cidade:
– o funcionamento de lava a jato, lavador automático, lavagem manual de veículos e serviços em que usem serviço de água da rede pública. As atividades só poderão ser executadas com água de caminhão pipa, aproveitamento de águas pluviais, captação de águas pluviais ou por empresas de lavagem a seco
– utilização de água tratada para lavagem de calçadas, quintais e outros fins desnecessários. Em caso de desperdício, o morador será notificado e orientado. Em caso de reincidência, será aplicada multa de R$ 150
Ainda segundo o decreto, a Guarda Municipal será fiscalizadora das medidas.
RELEMBRE O CASO
O rompimento da barragem aconteceu por volta das 00h53 no dia 9 de março. Não houve vítimas e nem registro de alagamentos no município. De acordo com a Defesa Civil de Cosmópolis, a equipe técnica da empresa responsável pelo paredão, havia realizado todas as análises, onde foi constatado que não havia riscos.
Segundo a Prefeitura, o nível da represa até o dia 8 era de 4 metros e meio, e após o rompimento estava com 1,5 metro e baixando.
A Administração municipal publicou ainda dia 9 um decreto que declara a situação de emergência no município. O decreto tem validade de 60 dias e nele a Administração listou uma série de autorizações para medidas emergenciais, como desapropriação de imóveis, isolamento de perímetros e determinar evacuação (veja mais aqui).
No dia 13 as obras de desassoreamento na represa que abastece Cosmópolis começaram. Segundo o Daee (Departamento de Água e Energia do Estado) a usina responsável pela represa iniciou reparos no paredão danificado. A Petrobras e a Sabesp cederam bombas que serão instaladas na represa para realizar a captação de água extra do reservatório.