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CotidianoCresce número de antenas corta-pipas distribuídas a motociclistas em Campinas

Cresce número de antenas corta-pipas distribuídas a motociclistas em Campinas

O aumento ocorre em meio a gravidade dos acidentes envolvendo motoqueiros; veja importância do cuidado

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*Com informações de Hidaiana Rosa e Jonatan Morel /EPTV Campinas*

Campinas aumentou a distribuição de antenas corta-pipas, que protegem motociclistas de acidentes envolvendo linhas cortantes, como de pipa com cerol. Com apoio de parceiros, até o mês de julho, a Prefeitura entregou 2,1 mil antenas a motociclistas em ações espalhadas no trânsito em diferentes regiões da cidade.


O equipamento é um acessório especialmente projetado para oferecer maior segurança e proteção aos motociclistas em relação aos perigos das pipas com linhas cortantes. Ele é colocado no guidão da moto.

O aumento ocorre em meio a gravidade dos acidentes envolvendo motoqueiros neste ano. Na região, somente no mês passado, dois motociclistas se acidentaram gravemente após se enroscarem em linhas de pipa ao trafegarem em vias. Um deles não resistiu e morreu em Sumaré (veja mais abaixo). No ano passado, em Campinas, um motociclista de 50 anos morreu quando passava pela Avenida John Boyd Dunlop. Ele teve o pescoço cortado por uma linha de pipa com cerol.

Em agosto deste ano, um decreto municipal regulamentou a lei anti-cerol, em Campinas, estipulando multa de R$ 4,4 mil para quem descumprir a medida.

Balanço

Segundo a Emdec (Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas), houve crescimento na distribuição das antenas em comparação com os últimos anos. Em 2021, foram entregues 500 equipamentos de proteção, já no ano passado foram 1,7 mil, número menor do que o registrado até agora.

Apesar do aumento, os esforços continuam para proteger o maior número de motoqueiros na metrópole. Segundo o Detran (Departamento Estadual de Trânsito) de São Paulo, até julho deste ano 118,9 mil motocicletas e 16,9 mil motonetas estavam registradas em Campinas, número maior do que o registrado nos últimos anos (eram 114 mil motocicletas em 2022, e 109,8 mil em 2021).

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Com milhares de motociclistas, entregadores e pessoas que usam motos como meio de locomoção, é preciso atenção aos perigos com linhas cortantes que possam causar acidentes.

Riscos

Em entrevista à EPTV, motociclistas relatam os sufocos que já passaram encontrando pipas com linhas cortantes no meio de trajetos.

“Só vi a linha porque era verde. Na hora que eu vi eu pus o braço na frente para tirar da frente do capacete. Ela esticou em cima do retrovisor, cortou o plástico, fez uma marca enorme no ferro do retrovisor e estourou o vidro. Poderia ter ceifado a minha vida”, contou o vigilante Tiago da Costa Brandão.

Já o motoboy Edgard Silva Ribeiro relata que passou o susto em meio a rodovia Santos Dumont, na região do Parque Oziel. “Eu estava na moto há uns 80 km/h e uma linha bateu, Sorte que foi no retrovisor da moto. Eu estava sem antena, coloquei a mão e cortei dois dedos, mas o retrovisor acabou salvando”, disse.

O técnico de manutenção Marco Alexandre da Silva também relatou um acidente que deixou a chegar o garupa ferido.

“Eu estava passando e teve um menino que esticou a linha no meio da rua para passar com o cortante. Entrou no meu capacete, pegou no passageiro de trás e cortou o nariz do passageiro porque eu consegui abaixar. Foi muito traumático. As crianças saíram correndo, a gente teve que parar, o meu garupa se machucou”, contou.

Acidentes na região

Somente no mês passado, dois acidentes envolvendo linhas de pipa foram registrados na região de Campinas. No dia 2 de julho, um motociclista foi atingido por uma linha com cerol na Rodovia Luiz de Queiroz (SP-304) em Americana. O acidente aconteceu durante a tarde, na altura do bairro Cidade Jardim. A vítima precisou ser hospitalizada, mas teve alta.

Já no dia 30 de julho um acidente mais grave provocou a morte de um motoqueiro em Sumaré. Cremildo Aparecido Ferraz, de 52 anos, não resistiu aos ferimentos após um acidente envolvendo linha de cerol. O caso aconteceu na região do residencial Guaíra.

Cuidados

“A antena corta-pipa pode salvar a vida do motociclista. Ela protege da linha que tem o cerol mas também da linha comum, que também pode machucar. Apesar de não ser um equipamento obrigatório, é altamente recomendado”, afirmou a coordenadora de Educação da Emdec, Mariângela Pereira.

Lei do Cerol

Campinas regulamentou no dia 9 de agosto o decreto da Lei do Cerol e estipulou uma multa no valor de R$ 4,4 mil em caso de descumprimento das medidas. A lei nº 13.466, de 2008, proíbe o uso, a produção, o comércio, armazenamento, transporte e distribuição de cerol (mistura de cola ou derivados e vidro moído) ou de qualquer material cortante usado para empinar pipas.

Segundo o decreto, quem descumprir a lei receberá multa de R$ 4.480,3, correspondente a mil UFICs (Unidades Fiscais de Campinas). Em caso de reincidência, a multa dobra. Segundo a Administração, pais e responsáveis legais assumem a consequência se a infração for cometida por um menor de idade. Além da multa, também receberão advertência escrita.

Se for empresa jurídica e houver três infrações, a Secretaria Municipal de Urbanismo estará autorizada a cancelar o Alvará de Uso ou o Certificado de Licenciamento Integrado e lacrar o estabelecimento. O cerol apreendido será descartado em até dez dias.

Não são somente motociclistas as vítimas do cerol. Em 2022, o Bosque dos Jequitibás cuidou de cerca de dez aves silvestres, entre corujas, gaviões e carcarás, que tiveram acidentes com cerol. Geralmente, essas aves perdem a asa e não podem voltar para a natureza.

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