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CotidianoCriada por irmãos libaneses, Galeria Trabulsi é tombada como patrimônio histórico

Criada por irmãos libaneses, Galeria Trabulsi é tombada como patrimônio histórico

Edificação localizada entre as ruas Dr. Quirino e Barão de Jaguara teve o tombamento aprovado pelo Condepacc no dia 14 de novembro

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É difícil passar pelo Centro de Campinas, nas ruas Dr. Quirino e Barão de Jaguara, e não atravessar a charmosa Galeria Trabulsi. O prédio antigo, marcado por seu piso com formas abstratas e geométricas do cubismo, e sua variedade de estabelecimentos comerciais, é um lugar conhecido dos campineiros.   

O espaço na movimentada região central da cidade concretizou seu local de destaque ao ser tombado como patrimônio histórico de Campinas. A aprovação foi publicada no Diário Oficial na semana passada, após ser aprovada em reunião ordinária do Condepacc (Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas) no dia 14 deste mês.   

(Foto: Denny Cesare/Código19)

Conheça a Galeria Trabulsi  

A Galeria Trabulsi foi construída em 1948, inicialmente com a saída apenas na Rua Barão de Jaguara. Ao longo dos anos, o ‘corredor’ entre as vias foi surgindo, terminando em 1953 a ligação com a Rua Dr. Quirino.   

A ideia de criar um espaço para abrigar diferentes comércios na região Central de Campinas veio de três irmãos libaneses: Alberto, Michel e Camilo Trabulsi. Vindos do país na Ásia Ocidental, eles já tinham contato com as atividades comerciais por trabalharem no ramo de venda de gravatas, quando decidiram iniciar a galeria.   

Apesar dos irmãos já serem falecidos, até hoje a administração do prédio de quatro andares é familiar. A atual síndica do espaço, função que exerce há 20 anos, é Soraya Ferreira dos Reis Valente. Ela também mantém um comércio de produtos naturais na Galeria Trabulsi.   

Passeando pelo vão da galeria, é possível encontrar estabelecimentos de todos os tipos, desde salões de cabeleireiro até lojas de equipamentos cirúrgicos. A maior parte deles já mantém o ponto há pelo menos 10 anos no edifício, como é o caso de Yeda Maria Bagni, que administra a Relojoaria Antenor, criada por seu pai. 

Apesar de ter fundado o estabelecimento em 1952, o ponto foi para a Galeria Trabulsi 12 anos atrás. Com o pai já falecido, hoje Yeda administra o negócio sozinha, e diz que a rotina é tranquila no local, que, para ela, se diferencia principalmente pela segurança, quando comparado a um comércio de rua.   

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O vendedor Fernando Candiani começou a trabalhar na Cirúrgica Bom Preço em 2009, mas já conhecia a galeria de muito tempo antes. Para ele, o tombamento do espaço é um passo muito importante.   

“Eu acho que foi uma boa providência, porque realmente é um prédio muito antigo, tem bastante história por trás, e realmente conservar o que é história é importante”, disse.   

Por que o espaço virou patrimônio histórico?  

Segundo o Condepacc, a decisão de tombar a Galeria Trabulsi foi firmada na singularidade da edificação, que não apenas é um exemplar da arquitetura Art Deco, mas, sobretudo, é um dispositivo urbano que chega tardiamente ao Brasil. As passagens, ou galerias, datam do final do século XIX, na Europa, e se inscrevem na arquitetura das cidades brasileiras no fim dos anos 1940.  

Esse tipo de edificação inaugurou uma nova forma de sociabilidade urbana, que transforma o “caminhar” em uma atividade atravessada pela exibição das mercadorias, explica o Condepacc.  

“Nesse sentido, o filósofo Walter Benjamin dirá que o passante não é mero comprador, é também mercadoria em exibição nessa grande vitrine pública. Podemos dizer, seguramente, que as galerias são as precursoras da sociabilidade que tão bem nos acostumamos nos shopping centers, em que o passeio, entretenimento e consumo se mesclam umbilicalmente”, disse.   

Com o tombamento, as características materiais (fachada, volumetria, pisos, soleiras, forro) da galeria não podem ser modificadas e toda e qualquer intervenção no bem requer prévia autorização do Condepacc.   

Por isso, o tombamento tem sua importância no intuito de eternizar a galeria na paisagem urbana do Centro de Campinas, de um dispositivo urbano e arquitetônico que revela um projeto de modernização do Centro tradicional. Projeto esse que, ainda conforme o Condepacc, foi muito caro à cidade nesse período entre os anos 1940/1950, e que está inscrito nas transformações das feições urbanas da cidade empreendidas pelo Plano de Melhoramentos Urbanos, de Prestes Maia. 

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Vitória Silva
Vitória Silva
Repórter no ACidade ON Campinas. Formada em Jornalismo pela Unesp, tem passagem pelos portais Tudo EP e DCI, experiência em gravação e edição de vídeos, produção sonora e redação de textos, com maior afinidade com temas que envolvem cultura e comportamento.
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