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CotidianoCrise da Americanas: ao menos 60 empresas de Campinas são afetadas

Crise da Americanas: ao menos 60 empresas de Campinas são afetadas

Levantamento de credores foi realizado por uma empresa de antecipação de crédito; veja como está situação

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Crise na Lojas Americanas pode afetar credores de Campinas (Foto: Ellan Lustosa/ Código19)
Crise na Lojas Americanas pode afetar credores de Campinas (Foto: Ellan Lustosa/ Código19)

 

A crise da Lojas Americanas pode atingir ao menos 60 empresas Campinas. O pedido de recuperação judicial feito pela empresa, após detectar dívida de mais de R$ 40 bilhões, afeta credores de todos os portes na metrópole.

O número foi levantado pela AG antecipa, empresa de Campinas que atua com antecipação de crédito. O balanço foi feito com base na lista apresentada pela empresa às autoridades. Segundo a AG, as empresas afetadas pela recuperação judicial, como locadores de imóveis e fornecedores, podem enfrentar problema de caixa ao longo dos próximos meses.

Alexandre Guimarães, sócio da AG Antecipa, explica que o valor da dívida em aberto com os credores de Campinas e região pode acarretar problemas. “As pequenas e médias empresas, principalmente, que não estiveram capitalizadas para enfrentar este período sem pagamento, possivelmente vão enfrentar dificuldades futuras com caixa para pagamento de fornecedores e funcionários”, alerta.

 

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A DÍVIDA

A dívida total da Americanas, uma das cinco maiores da história do país, está estimada em R$ 47,9 bilhões, atingindo 7,7 mil credores, segundo lista anexada ao processo de Recuperação Judicial enviado pela varejista no último dia 19 à Justiça do Rio.

Desse total, 958 são micro e pequenas empresas, pequenos fornecedores, com dívidas que somam R$ 109,5 milhões. Entre eles, estão distribuidores de frutas e brindes até vendedores de produtos de limpeza.

Especializada em antecipações de crédito, a AG Antecipa ainda não sentiu reflexos das empresas regionais em busca por alternativas para reforçar o caixa. “Mas isso deverá ocorrer nos próximos meses, a partir do momento em que esses credores começaram a ter problemas de fluxo financeiro para saldar seus compromissos com seus fornecedores e funcionários”, afirma o executivo da empresa.

Guimarães acredita que as instituições financeiras tradicionais, bancos, passarão a ser mais seletivas na hora de analisar os pedidos de créditos por parte dos clientes, o que para ele é normal.

“O que observamos é que as taxas de juros já começaram a subir para estas linhas. Empresas com algum tipo de restrição deverão buscar auxílio em outras instituições para se manterem vivas e as empresas de fomentos terão um papel importante para ajuda-las neste período, tanto para manter as portas abertas, como manter os empregos”, completa.

ENTENDA O ROMBO

No último mês, a Americanas comunicou que foram detectadas inconsistências em lançamentos contábeis redutores da conta fornecedores realizados em exercícios anteriores, incluindo o de 2022. Em uma análise prévia, a área contábil da companhia estimou que os valores das inconsistências fossem da dimensão de R$ 20 bilhões na data-base de 30 de setembro de 2022.

Ainda no dia do primeiro anúncio, o presidente, Sérgio Rial, e o diretor de relações com investidores, André Covre, decidiram deixar os cargos. Logo depois, uma nova estimativa apontou que o valor de inconsistências é de mais de R$ 40 bilhões. O “rombo” na empresa fez com que a companhia pedisse recuperação judicial e também está afetando clientes do banco digital Nubank.

No primeiro comunicado, entre as inconsistências, a área contábil da companhia identificou a existência de operações de financiamento de compras em valores da mesma ordem acima, nas quais a Americanas é devedora perante instituições financeiras e que não se encontram adequadamente refletidas na conta fornecedores nas demonstrações financeiras de 30 de setembro do ano passado.

A Comissão de Valores Mobiliários abriu no dia 12 de janeiro, mais um processo administrativo – o terceiro – para apurar as condutas relacionadas à falha contábil reconhecida pelas Americanas.

No dia 13 de janeiro, a Americanas pediu e conseguiu na Justiça proteção contra credores que queiram antecipar o pagamento de dívidas. O juiz Paulo Assed, da 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, concedeu uma tutela cautelar para suspender vencimentos antecipados e efeitos de inadimplência da companhia.

Após essa decisão, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro deu 30 dias corridos para a empresa entrar com pedido de recuperação judicial. O processo corre em segredo de justiça.

O pedido da Americanas se deu porque as inconsistências contábeis da ordem de R$ 20 bilhões comunicadas pela empresa podem levar ao vencimento antecipado de R$ 40 bilhões em dívidas, segundo alegação da varejistas ao TJRJ.

 

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