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CotidianoDengue em Campinas: veja quais as regiões com mais mortes pela doença

Dengue em Campinas: veja quais as regiões com mais mortes pela doença

Cidade vem batendo recordes pela doença desde o mês passado, em que ultrapassou a marca histórica de mortes por dengue nesta segunda-feira (13)

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Campinas quebrou o recorde histórico de mortes por dengue nesta segunda-feira (13), com 23 vítimas fatais. Em cinco meses, o ano de 2024 já supera a marca de 2015, ano que até então a cidade havia registrado a epidemia mais severa, quando teve 22 mortes no ano todo.  

Dados da secretaria de Saúde mostram as regiões de Campinas onde foram registradas a maior parte das mortes deste ano.  

No levantamento a região que mais registrou mortes pela doença é a Sudoeste, que abrange a região dos DICs e da União de Bairros, totalizando 10 vítimas. Em seguida, vem a região Leste, que tem os centros de saúde do Taquaral, Sousas e Costa e Silva, com sete mortes ao todo.  

Veja os números por região:  

  • Sudoeste (bairros como DICs e União dos Bairros): 10 mortes  
  • Leste (bairros como Taquaral, Sousas e Costa e Silva): 7 mortes  
  • Noroeste (bairros como Campos Elíseos e Vila União): 3 mortes;   
  • Norte (bairros como Jardim Aurélia, Bonfim e Guanabara): 2 mortes  
  • Sul (bairros como Jardim Estoril e Cidade Jardim): 1 morte.   

A região Central, que tem bairros como o Centro, Botafogo e Cambuí, não registrou nenhuma morte por dengue.  

O cenário é preocupante, já que a cidade vem batendo recordes desde o mês passado. Primeiro, Campinas atingiu o maior número de casos de dengue da série histórica, contabilizando 83.363 casos atualmente. E, agora, com as três mortes anunciadas ontem (13) pela Prefeitura, também chega ao maior patamar de óbitos causado pela doença.  

Esses números superam todo o ano de 2015, que até então tinha o recorde de mortes (22) e também de casos (65.754).  

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Chance de mortes por dengue é maior dependendo da região?  

Segundo a diretora do Devisa (Departamento de Vigilância em Saúde) de Campinas, Andrea Von Zuben, não existe um fator específico que contribua para um maior número de mortes por dengue em uma ou outra região da cidade.

“Dependendo da região que você mora, você tem mais risco de adoecer porque, se tem muita gente doente, muita gente infecta o mosquito e tem mais mosquito contaminado levando ao maior adoecimento”, explica.  

Já a possibilidade de morte, de acordo com ela, tem relação com outros fatores, que são: assistência médica adequada, procurar ajuda rápida, estar atento aos sinais de alarme e se hidratar corretamente.  

Perfil das vítimas  

Mesmo que os casos de dengue cresçam com menos intensidade que no mês passado, eles ainda sobem em Campinas. Em 2015, a letalidade foi ainda maior, em que foram 22 mortes para 65.700 casos, ou seja, foi quase o mesmo número de mortes para menos casos que temos hoje.  

O que preocupa neste ano é o perfil das vítimas, em que são de todas as faixas etárias, de criança a idosos, quase metade não tinha doença pré-existente e não há distinção entre homem ou mulher.  

Veja o perfil das vítimas das mortes por dengue até agora:  

  • 12 eram mulheres e 11 homens;  
  • A vítima mais nova em Campinas tinha 10 anos;   
  • 3 pessoas tinham entre 30 e 50 anos;   
  • 3 tinham entre 50 e 60 anos;   
  • 5 tinham menos de 80 anos;  
  • 11 tinham mais que 90 anos;  
  • Das 23 vítimas, 10 não tinham doenças pré-existentes.  

Cuidados com a doença  

Há vários fatores que podem influenciar na evolução de um caso de dengue para o óbito, segundo a Prefeitura. Entre eles, estão a própria condição de saúde do paciente, se já existe uma doença pré-existente, por exemplo, e a forma como o tratamento da doença é feito e conduzido.   

“Febre alta nesta época do ano a probabilidade de ser dengue é alta. Ao procurar a assistência médica, a pessoa é classificada por risco para hidratação oral ou na veia. Se for oral, tem que ser prescrita a quantidade de líquido que tem que tomar e essa quantidade tem que ser seguida à risca”, explica Andrea Von Zuben.  

O comerciante Edvaldo Gomes, que é diabético, conta que ficou preocupado com a evolução da doença depois que recebeu o diagnóstico por dengue. “Eu tomei 5 litros de soro para poder reanimar porque atrapalhou tudo, mexeu com a pressão, com a diabetes. A gente fica preocupado”, contou.   

A diretora do Devisa lembra que, diferente de outras viroses, que quando passa a febre é motivo de comemoração, na dengue é necessário ficar atento.   

Segundo ela, nesse momento, as pessoas devem estar muito atentas se elas melhoraram ou se elas começam a ter algumas alterações, como muitos vômitos, algum sinal de sangramento, por exemplo, na gengiva. “No caso da mulher, ela começa a menstruar no maior volume e, além disso, se tem sensação de desmaio, começa a se sentir mais indisposta”.  

Nesses casos, é preciso voltar a fazer hidratação, muitas vezes na veia. “Uma outra questão que faz a pessoa ter um desfecho favorável é conseguir beber a quantidade de líquido prescrita, que são 60 ml por quilo de peso, que isso é em qualquer líquido, e um terço disso em sais de hidratação oral”, finaliza.   

O que fazer em casa de suspeita de dengue?  

A pessoa que tiver febre deve procurar um centro de saúde imediatamente para diagnóstico clínico. Portanto, a Saúde faz um apelo para que a população não banalize os sintomas e também não realize automedicação, o que pode comprometer a avaliação médica, tratamento e recuperação.     

Já quem estiver com suspeita de dengue ou doença confirmada e apresentar sinais de tontura, dor abdominal muito forte, vômitos repetidos, suor frio ou sangramentos deve buscar o quanto antes por auxílio em pronto-socorro ou em UPA. 

*Com informações de Júnia Vasconcelos/EPTV Campinas

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Vitória Silva
Vitória Silva
Repórter no ACidade ON Campinas. Formada em Jornalismo pela Unesp, tem passagem pelos portais Tudo EP e DCI, experiência em gravação e edição de vídeos, produção sonora e redação de textos, com maior afinidade com temas que envolvem cultura e comportamento.
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