Com os casos de dengue cada vez mais recorrentes, é muito comum escutar que a quantidade de plaquetas costuma cair em pessoas infectadas. Porém, especialistas destacam que é preciso um conjunto de situações para caracterizar a doença, e não apenas essa queda de plaquetas, já que ela também não é uma regra. Na semana passada o prefeito de Campinas, Dário Saadi (Republicanos), reivindicou ao Ministério da Saúde o envio de mais doses de vacina contra a dengue para os municípios (leia mais aqui).
Entenda abaixo por que o número de plaquetas costuma cair em pessoas com dengue e o que aponta que isso é um sinal da doença:
Dengue: o que são as plaquetas?
O médico hematologista, Guilherme Duffler, explica que as plaquetas são células, fragmentos celulares, que tem como a grande função exercer a coagulação, ou seja, reduzir e controlar sangramentos.
“Pacientes com dengue, de forma muito característica, tem queda plaquetária. Não é uma coisa definidora da dengue, não são todos os casos em que acontece, mas é um evento muito comum, muito frequente. E essa queda plaquetária pode ser de níveis mais intensos ou menos intensos”, detalha.
Níveis de plaquetas no sangue
Para explicar melhor, o médico hematologista dá como referência os níveis normais de plaquetas e possíveis alterações que podem acontecer a partir da infecção por dengue:
- Normal: entre 150 mil e 450 mil plaquetas por milímetro cúbico;
- Casos leves de dengue: entre 100 mil e 150 mil plaquetas por milímetro cúbico;
- Casos moderados de dengue: entre 50 mil e 100 mil plaquetas por milímetro cúbico;
- Casos graves de dengue: abaixo de 50 mil plaquetas por milímetro cúbico.
Como saber se é sinal dengue?
Apesar dos valores de referência, o especialista destaca que o que define a gravidade da doença são manifestações clínicas e não apenas as plaquetas baixas, já que ela vem em conjunto com a gravidade sistêmica da dengue.
“Quando as plaquetas caem um pouco abaixo de 100 mil, o paciente pode estar completamente assintomático, não ter nenhuma manifestação, porém sangramentos mais leves podem ocorrer, eventualmente sangramento nasal e sangramento gengival, por exemplo”,
explicou o especialista
Outra característica que pode indicar a contaminação pela doença são pequenos pontinhos vermelhos que aparecem especialmente nas pernas. Já quando as plaquetas caem abaixo de 50 mil, as manifestações são mais graves, em que existe o risco de sangramento interno, ainda segundo o médico hematologista.
Mas por que a queda de plaquetas acontece?
Existem duas razões possíveis para a queda de plaquetas. A primeira é que, segundo Duffler, o organismo, quando lida com esse processo inflamatório tão significativo como a dengue, ele pode produzir anticorpos que acabam atacando suas próprias plaquetas.
A segunda é que existe a possibilidade de o vírus conseguir se alocar na medula óssea, infectar a célula produtora de plaqueta, e então causar a redução da sua produção.
Recuperação é rápida?
É importante destacar que a dengue geralmente dura um período e depois o quadro das plaquetas volta ao normal. A coordenadora de projetos Beatriz Lavandoscki teve a doença no mês passado e as plaquetas chegaram a 115 mil por milímetro cúbico.
Mas, uma semana depois, ela já tinha recuperado naturalmente. A jovem conta que no terceiro exame realizado após a infecção ela já estava com 154 mil plaquetas.
“No período de plaquetas mais baixas, eu tive sangramento na gengiva e no nariz, que são incomuns no meu dia a dia. Eu tive também algumas manchas, principalmente na mão, e coçava muito (…) Foi um período difícil, mas com repouso e orientações dos médicos, passou”, relatou.
Com informações de Bianca Rosa/EPTV Campinas
LEIA TAMBÉM NO ACIDADE ON PIRACICABA
Morre vítima de acidente com ônibus clandestino que invadiu posto de gasolina
Homem de 25 anos morre após bater carro em árvore