Um levantamento feito pelo Detran-SP (Departamento Estadual de Trânsito) mostra que 39% dos veículos que circulam em Campinas estão irregulares devido ao atraso no pagamento do licenciamento. Este dado reflete um aumento no número de veículos sem a documentação em dia em comparação com anos anteriores. Os vencimentos começaram em junho deste ano e são feitos pelo final da placa.
O dado revela que, em junho de 2024, a cidade de Campinas contava com uma frota de 931.715 veículos, dos quais 365.793 estavam com o licenciamento em atraso, o que representa 39% da frota. Este índice demonstra um aumento em relação aos anos anteriores:
Veículos com licenciamento atrasado:
- Junho de 2019: 866.818 veículos na frota, 306.222 irregulares (35%)
- Junho de 2020: 873.259 veículos na frota, 323.931 irregulares (37%)
- Junho de 2021: 883.322 veículos na frota, 335.596 irregulares (37%)
- Junho de 2022: 895.083 veículos na frota, 344.755 irregulares (38%)
- Junho de 2023: 909.733 veículos na frota, 359.526 irregulares (39%)
- Junho de 2024: 931.715 veículos na frota, 365.793 irregulares (39%)
Os dados são referentes ao mês de junho de cada ano.
Fiscalizações e multas
De acordo com a Emdec (Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas), foram realizadas 84 fiscalizações até 16 de agosto deste ano, envolvendo a Polícia Militar e a Guarda Municipal. Durante essas ações, foram aplicadas 3.655 multas, e 983 veículos foram recolhidos para o pátio. Dentre esses, 209 veículos foram apreendidos especificamente por falta de licenciamento.
No Pátio Municipal da Emdec, em Campinas, há atualmente cerca de 2,2 mil veículos recolhidos entre carros e motos.
“Desse total, mais de 60% são de veículos com licenciamento atrasado. Eles foram recolhidos pela Polícia Militar. Um dos veículos que foi recolhido recentemente pela Guarda Municipal, tem aproximadamente R$ 1,2 milhão de multas. Vemos que têm bastante veículos rodando com muitas multas”, afirmou Celso Figueiredo de Lima que é coordenador de operação de pátio da Emdec.
Prazos de licenciamento
Esta semana marca o fim do prazo para o licenciamento dos veículos com placas finais 3 e 4. Proprietários que ainda não regularizaram a situação de seus veículos devem fazê-lo para evitar multas e apreensões.
Confira o calendário de licenciamento dos veículos de passageiros, ônibus, reboque e semirreboque:
- Final 1 e 2, mês de julho;
- Final 3 e 4, mês de agosto;
- Final 5 e 6, mês de setembro;
- Final 7 e 8, mês de outubro;
- Final 9, mês de novembro;
- Final 0, mês de dezembro.
Veja o calendário de licenciamento dos veículos registrados como caminhão e trator:
- Final 1 e 2, mês de setembro;
- Final 3, 4 e 5, mês de outubro;
- Final 6, 7 e 8, mês de novembro;
- Final 9 e 0, mês de dezembro.
Por que houve aumento?
Esse aumento de veículos sem licenciamento acontece de maneira geral também no estado de São Paulo. “Os dados comprovam esse cenário a nível de estado. Uma frota de 34 milhões de veículos no estado de São Paulo e quase 9 milhões ainda estão sem licenciamento. Se pegarmos o recorte de janeiro a agosto de 2023 para 2024, nos temos em 2023 um pouco mais de 550 mil veículos licenciados, já em 2024 apenas 364 mil veículos. O interessante é que este retrato também se refere na autuação desses veículos. Pegando recorte de Campinas nos tivemos em 2023 1.975 multas aplicadas, já em 2024 esse número sobe para 2.170 multas. No estado como um todo nos temos ai no entorno de 125 mil veículos que já foram recolhidos pela falta de licenciamento”, explicou Eduardo Gomes superintendente do Detran.
O economista Fabrício Pessato afirmou que esse problema da não falta de pagamento do licenciamento está ligado a falta de organização financeira das famílias. “As pessoas têm que fazer o seu orçamento familiar. Colocar na ponta do lápis. Hoje em dia há aplicativos para celulares que ajudam nas finanças pessoais e com isso a pessoa fazendo esse planejamento familiar, colocando em aplicativo, vão conseguir ter uma noção clara do quanto elas têm de receita e quanto elas vão gastar. Porque se não fizerem, a tendência delas gastarem por impulso, ou seja, sem pensar, com gasto irracional é muito grande. O ideal, principalmente para as famílias que tem dificuldade adicional, em relação a serem de baixa renda é que elas façam uma programação das suas finanças”, alertou.
Com informações de Gabriela Milanezi/Eptv Campinas
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