Campinas registrou neste ano 49 casos de pessoas que foram diagnosticadas com Aids, síndrome da imunodeficiência humana, transmitida pelo vírus HIV. Entre os casos, 65% são em homens.
O balanço de casos registrados na cidade consta nos “indicadores e dados básicos do HIV/Aids nos Municípios Brasileiros”, divulgado pelo governo federal. O número, no entanto, está atualizado até o primeiro semestre deste ano.
Segundo o levantamento, dos casos registrados até então, 32 eram em homens, e 17 em mulheres. Quatro deles ocorreram entre jovens, com idade entre 15 e 24 anos.
A coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Campinas, Valéria de Almeida, explicou sobre os casos notificados na cidade.
“Casos de Aids notificados são de pessoas que estão doentes, ou que tenham a imunidade muito baixa. A pessoa que só é portadora do HIV não entra nessa notificação. Normalmente os casos de Aids que chegam até o sistema de saúde são de pessoas que não sabem que são portadoras do vírus, não fizeram ou demoraram para fazer o exame ou optaram por não fazer o acompanhamento”, explicou.
Segundo ela, os dados do Ministério vê de quatro sistemas, dois abastecidos pela Prefeitura. Eles são atualizados apenas duas vezes no ano.
Durante todo o mês de dezembro, os Centros de Saúde municipais de Campinas estarão mobilizados pelo “Dezembro Vermelho”, campanha para chamar a atenção para a prevenção, diagnóstico precoce e tratamento do HIV/Aids.
DIMINUIÇÃO
De acordo com os dados do ministério da Saúde, em 2020 Campinas registrou 121 novos casos de diagnósticos de Aids. Em 2019, foram 122, já em 2018 foram 166 e em 2017 foram 222.
Segundo Valéria, os casos da doença vêm diminuindo ano a ano na cidade.
“Nós vemos uma diminuição entre os anos, isso porque as pessoas que têm HIV começam a tratar, e começando a tratar sabemos que não vai evolui. Mas para tratar é preciso fazer o exame, ter a doença não é vergonha para ninguém”, afirmou.
No último ano, a cidade registrou 31 óbitos por Aids, e o vírus da HIV foi identificado em 20 gestantes. Os índices de mortalidade e infecção em grávidas deste ano ainda não foram disponibilizados.
PERFIL
Segundo o levantamento, neste ano 60,9% dos casos notificados foram em pessoas brancas, 4,3% em pretas e 34,8 em pardos.
Entre o nível de escolaridade, a maior parte, 34,8%, era em pessoas com o ensino médio completo. Apenas 17 dos casos foram identificados à orientação sexual. Destes, nove ocorreram em homossexuais, sete em heterossexuais e três em bissexuais.
AÇÕES
Durante esse mês de dezembro, as unidades básicas de saúde estão distribuindo auto-testes, kits de preservativos, folders e material educativo sobre a doença para conscientizar a população. Segundo a Prefeitura, o objetivo da campanha é ampliar o acesso da população à testagem.
A coordenadora da Vigilância Epidemiológica afirma que durante a pandemia, houve a recomendação que os exames fossem feitos também nos pacientes que apresentavam problemas respiratórios.
“Sempre recomendamos que os hospitais mantivessem os exames, e fizessem até mesmo em pacientes com sintomas da covid-19, porque algumas doenças da aids também causam falta de ar”, explicou, indicando a importância do teste.
“A gente sabe que por causa da pandemia as pessoas deixaram de procurar assistência médica, mas é muito importante que as pessoas façam o exame, pelo menos uma vez no ano, isso evita de descobrir o vírus quando se está doente, e previne possíveis sequelas. Toda pessoa que fez relações sexuais sem uso de preservativo está exposta, independente do parceiro, que pode estar infectado e também não saber”, finalizou.
