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CotidianoDor e luto: Campinas chega a cinco feminicídios em 2022

Dor e luto: Campinas chega a cinco feminicídios em 2022

Prefeitura admite preocupação e confirma aumento no atendimento às vítimas de violência

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Familiares se emocionam antes de sepultamento de vítima de feminicídio (Foto: Reprodução/EPTV Campinas)

 

Carla Cristiane Ramos da Silva, de 31 anos, morta a facadas pelo marido na noite de terça-feira (15), foi a quinta vítima de feminicídio em Campinas em 2022.

As outras mortes aconteceram no mesmo dia, em 18 de janeiro, quando um homem matou a esposa, a filha e a sogra, e outro acusado assassinou a ex-namorada.

Neste mesmo período do ano passado, a cidade ainda não havia registrado esse tipo de crime, segundo a SSP (secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo).

O aumento preocupa a secretária municipal de Assistência Social, Vandecleya Moro, que defende o fim do que chama de ciclo de violência contra a mulher.

“Quando falamos de feminicídio, todas as outras violências já ocorreram. Dificilmente é um rompante de nervosismo. Já há um histórico anterior”, diz.

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Por esse motivo, diz que tem intensificado ações e políticas públicas para evitar os crimes e também facilitar o atendimento e a recuperação das vítimas.

O QUE É O CEAMO

Para atender mulheres em situação de violência, Campinas conta com o Ceamo (Centro de Referência e Apoio à Mulher), que também registrou aumento na demanda.

Conforme a secretária, os números deste ano estão acima dos dados de 2021, quando a média mensal era de 155 atendimentos. Em janeiro, foram 177. Em fevereiro, 186.

“As pessoas estão adoecidas por conta da pandemia. Mas a gente tem trabalhado pra não olhar só pra violência, mas pra fortalecer a mulher”, explica Moro.

DOR E LUTO

Última vítima da violência de gênero em Campinas, Carla foi velada no Cemitério Municipal de Jaguariúna. Abalados, familiares e amigos não gravaram entrevista.

Mas mesmo quem convive com a perda há mais tempo, também precisa lidar com a dor e o luto. É o caso de Delfino José Ribeiro, que perdeu a filha em maio de 2019.

Quase três anos depois de perder Thaís Fernanda Ribeiro de forma tão precoce e violenta, o homem relata que ainda tenta conviver com a ausência dela.

“A vida da gente se transforma em todos os sentidos. Mãe, irmã, pai e amigos precisam buscar algo pra superar a cada dia e a cada hora. É buscar fazer algo bom pra conseguir sobreviver. Por isso hoje eu estou de pé”, conta.

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Leandro Las Casas
Leandro Las Casas
Graduado pela PUC-Campinas desde 2011, atua há 14 anos no Jornalismo, área na qual cobriu sete eleições, participou de grandes coberturas e esteve a frente de podcasts e projetos de assessoria. Começou a carreira na rádio CBN Campinas, onde foi estagiário, repórter e apresentador. No acidade on Campinas, assina matérias e reportagens de todas as editorias desde 2021.
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