No dia em que a operação do MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo) iniciou a apuração sobre supostas cobranças de propina envolvendo a Câmara Municipal de Campinas, o presidente da Casa, José Carlos Silva (PSB), não compareceu à sessão ordinária realizada nesta quarta-feira (17).
As pautas do dia foram presididas pela 1ª vice-presidente da Câmara, Débora Palermo (PSC). Com quórum de 11 vereadores, o pequeno expediente foi marcado pelo posicionamento dos vereadores a respeito do caso envolvente o presidente da Casa de Leis.
Enquanto alguns vereadores pediram a cassação do mandato de Zé Carlos, outros reforçaram a necessidade de uma investigação justa, com direito à defesa dos acontecimentos.
PEDIDO DE ABERTURA DE CPI
A sessão também contou com o pedido dos vereadores para que os parlamentares assinem o requerimento de abertura de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito).
Para o documento ser protocolado, são necessárias 11 assinaturas e, na sequência, o assunto é debatido na sessão seguinte da Câmara. Para uma votação ser aberta, é necessária a presença de 17 vereadores. O pedido de CPI só avança se tiver 17 votos favoráveis.
Com a Comissão aberta, são sorteados os membros para compor a investigação e em até 90 dias o relatório é apresentado. Se o documento propuser a remoção de Zé Carlos do cargo, são necessários 22 votos para o afastamento.
Até o momento da publicação da matéria, não havia assinaturas suficientes no requerimento para a votação ser aberta.
A INVESTIGAÇÃO
O MP (Ministério Público) detalhou na tarde desta quarta-feira (17) a investigação que apura crimes de corrupção envolvendo a Câmara Municipal de Campinas.
O principal alvo é o presidente da Casa de Leis, o vereador Zé Carlos (PSB) – ele afirmou, por meio da defesa, que “está convicto de que não há nada irregular”.
Hoje, segundo o MP, há gravações de áudios que comprovam parte dos crimes investigados na Câmara. Em coletiva de imprensa, o promotor Rodrigo Lopes afirmou que a investigação começou a partir da denúncia de um vereador, e apurou que com a troca do comando da presidência da Câmara, fornecedores eram chamados e era solicitado o pagamento de propina.
O parlamentar é líder da Câmara desde janeiro de 2021.