A quantidade de jovens que procuraram o Cpat (Centro Público de Apoio ao Trabalhador) de Campinas pra tentar uma vaga de emprego aumentou de 1.328 em 2021 para 1.440 em 2022, o que representa um crescimento de 8,43%. Somente entre janeiro e março deste ano, o total de interessados chegou a 312.
Os dados do órgão consideram jovens de até 24 anos que concluíram o cadastro no banco de dados em busca de alguma oportunidade e são vistos pela professora de economia e membro do Observatório da PUC Campinas, Eliane Rosandiski, como reflexo de uma tendência recente do mercado de trabalho.
Nos últimos anos, segundo ela, parte das empresas da região de Campinas optou por demitir funcionários mais velhos que recebiam salários maiores, principalmente acima dos 50 anos. No lugar deles, optaram por jovens com formação até o ensino médio e que ganham, em média, R$ 1,7 mil por mês.
Conforme Rosandiski, apesar de indicar uma reação após as quedas causadas pela pandemia, o momento vivido pelo mercado de trabalho não gera uma demanda forte o suficiente para tirar e economia da estagnação atual.
“Esse emprego do jovem tá crescendo no mesmo momento em que a gente vê uma certa redução do emprego de pessoas acima dos 50 anos. Do ponto de vista de geração de demanda, de renda e de consumo, isso é ruim, porque nós vimos pelo Observatório que a cesta básica custa em torno de R$ 730”, aponta ela.
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FORMAÇÃO E ESPECIALIZAÇÃO
Questionada sobre como os jovens podem buscar melhores salários, a economista vê a qualificação como a melhor saída. “O incentivo é pra que a pessoa se forme e se qualifique para que possa, em sua criatividade e plenitude, se inserir no mercado. E não de uma forma que prejudique sua formação”, diz.
O coordenador de Políticas para a Juventude em Campinas, Felipe Gonçalves, explica que o município oferece aos jovens vários programas de qualificação profissional. “É uma experiência prática, porque às vezes o jovem chega tímido e introspectivo, mas, ao longo dos programas, ele vai desenvolvendo várias competências e habilidades. Qualificação sempre é um diferencial”, afirma.
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