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CotidianoEmpresário admite afastar filho de ministro do STF em aeroporto, mas nega agressão

Empresário admite afastar filho de ministro do STF em aeroporto, mas nega agressão

Roberto foi apontado como responsável por agredir o filho do ministro Alexandre de Moraes, um advogado de 27 anos

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O casal de empresários de Santa Bárbara d’Oeste, Roberto Mantovani Filho e a esposa, Andreia Mantovani, prestou depoimento à Polícia Federal em PIracicaba, nesta terça-feira (18), após serem apontados como agressores do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, na Itália. O caso ocorreu na noite de sexta-feira (14) no Aeroporto Internacional de Roma. Roberto foi apontado como responsável por agredir o filho do ministro, um advogado de 27 anos. 

Segundo a defesa do casal, Roberto negou em seu depoimento à Polícia Federal ter agredido o filho do ministro. No entanto, ele admitiu ter “afastado com o braço” o filho do ministro para defender a esposa. Roberto alega que tanto ele quanto Andreia foram vítimas de ofensas por parte do filho de Moraes. Roberto ainda alegou à PF que não sabia que a discussão era com o filho do ministro. Andreia ainda prestará depoimento.
 

“Foi um depoimento bastante esclarecedor. O Roberto deixou claro que jamais proferiu momento algum, qualquer ofensa ao ministro. Realmente reconheceu que houve um entrevero com um jovem que estava no local. Mas sequer sabia quem era, somente quando desembarcaram e foram abordados pela Polícia Federal no aeroporto tomaram conhecimento que se tratava de um filho do ministro”, disse Ralph Tórtima Stettinger, advogado de defesa da família.

Segundo Stettinger, a família nega ter começado a briga e afirma não ter acontecido nenhuma agressão. 

“Ele nega ter havido o empurrão. Ele alega que em razão das ofensas proferidas a sua esposa ele afastou essa pessoa, que sequer sabia quem era, mas que fazia ofensas pesadas e desrespeitosas a sua mulher. Posteriormente, teria sido dito a ele que foi o filho do ministro Alexandre de Moraes, mas é algo que não sabemos dizer se de fato foi”, completou.

 

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CONFUSÃO EM SALA VIP
 

De acordo com o advogado, a discussão teve início devido a uma confusão relacionada à falta de vagas em uma sala VIP do aeroporto. A família teria presenciado o ministro na recepção da sala, enquanto outras pessoas o ofendiam. A defesa alega que Andreia, de forma equivocada, teria dito que “para político tem lugar, mas para pessoas com duas crianças de colo não tem”, acreditando erroneamente que o ministro teria privilégios ao entrar na sala, mas posteriormente descobriu que era necessária uma reserva prévia.
 

Ainda segundo o advogado, a discussão teve início quando o filho do ministro estava na recepção, e foi nesse momento que ocorreu o desentendimento. A defesa alega que o filho de Moraes teria ofendido Andreia, erroneamente pensando que ela teria proferido insultos contra o pai. Em resposta, Roberto teria afastado o filho do ministro com o braço, mencionando que “pode ter esbarrado” nos óculos do rapaz. O objetivo, segundo a defesa, era defender a esposa.
 

Alex Zanatta Bignotto, genro do casal, também é suspeito de hostilizar e agredir o ministro e seu filho. Bignotto, que também mora em Santa Bárbara d’Oeste, prestou depoimento à Polícia Federal de Piracicaba no domingo (16).
 

Após sair da Polícia Federal, o advogado de Bignotto afirmou que seu cliente nega todas as acusações feitas contra ele. “Ele em absoluto fez qualquer ofensa ao ministro, mas nós estaremos esclarecendo isso nos autos e tudo será muito bem esclarecido no curso das investigações”, disse Stettinger.
 

INVESTIGAÇÃO
 

Foi instaurado um inquérito policial para apurar acusações de agressão, ameaça, injúria e difamação. Segundo o Código Penal, os crimes praticados por brasileiros, embora cometidos no estrangeiro, ficam sujeitos à lei brasileira.
 

 

Andreia, Alex Zanatta, e Roberto Mantovani Filho no Aeroporto de Guarulhos (Foto: Reprodução/TV Globo)

A AGRESÃO
 

O ministro do Supremo foi hostilizado e teve o filho agredido, no aeroporto de Roma, na noite de sexta-feira (14). Moraes estava na Itália para fazer uma palestra na Universidade de Siena, e quando estava no aeroporto de Roma, foi vítima de agressões.
 

As agressões começaram com Andréia xingando o ministro de “bandido, comunista e comprado”. Na sequência, Roberto forçou os xingamentos e chegou a agredir fisicamente o filho do ministro,  um advogado de 27 anos. Com o impacto, os óculos dele caíram no chão.
 

Após a agressão, Roberto, Andréia e Alex Zanatta prosseguiram com os xingamentos.
 

CANDIDATO A PREFEITO
 

Mantovani, que chegou a agredir fisicamente o filho do ministro, foi candidato a prefeito de Santa Bárbara d’Oeste em 2004, pelo PL (Partido Liberal), mas perdeu as eleições. Atualmente, ele é filiado ao PSD.
 

Em nota, o PSD comunicou que “independentemente da condição da filiação partidária, repudia o episódio”, e que caso caso seja confirmada a filiação ao partido, acionará a Comissão de Ética da legenda para que sejam tomadas as medidas punitivas cabíveis, que devem culminar na expulsão do partido.
 

SOLIDARIEDADE
 

A ação contra o ministro Alexandre de Moraes e sua família foi repudiada por autoridades brasileiras, que prestaram solidariedade.
 

O ministro da Justiça, Flávio Dino, publicou em suas redes sociais: “Até quando essa gente extremista vai agredir agentes públicos, em locais públicos, mesmo quando acompanhados de suas famílias? Comportamento criminoso de quem acha que pode fazer qualquer coisa por ter dinheiro no bolso. Querem ser “elite” mas não tem a educação mais elementar.”
 

Já o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, do PSD, afirmou que “atos de hostilidade como os que sofreram o ministro Alexandre de Moraes e sua família, ontem, são inaceitáveis. A eles, minha solidariedade. Mais do que criminoso e aviltante às pessoas, às instituições e à democracia, esse tipo de comportamento mina o caminho que se visa construir de um país de progresso, civilizado e pacífico.”
 

O presidente da Câmara, Arthur Lira, do Progressistas, também prestou apoio. “Minha solidariedade ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, e sua família agredida no aeroporto de Roma. É inaceitável que se use o argumento de liberdade de expressão para agredir, ofender e desrespeitar autoridades constituídas. Isso não pode continuar. Democracia se faz com debate e não violência.”
 

O senador Sergio Moro, do União Brasil, publicou que “nada justifica ataques ou abordagens pessoais agressivas contra Ministros do STF ou seus familiares. Minha solidariedade ao Min @alexandre. Não é esse o caminho.”

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