Com a confirmação de que vive uma epidemia de dengue, a Prefeitura de Campinas detalhou os locais com os maiores números de confirmações da doença a cada 100 mil habitantes. A região Noroeste, onde ficam bairros do distrito do Campo Grande, lidera a lista. A região Norte, que envolve o distrito de Barão Geraldo, aparece em segundo no ranking oficial. Uma morte foi registrada esse ano. A vítima morava no bairro Taquaral, na região Leste do município – veja os detalhes abaixo.
Segundo a Saúde, na região Noroeste, o índice é de 426,8 casos a cada 100 mil habitantes. Na Norte, 333,1 notificações foram registradas pelo Devisa (Departamento de Vigilância em Saúde).
Na região Sudoeste, onde fica o distrito do Ouro Verde e os bairros próximos ao Aeroporto de Viracopos, são 249,4 infecções. Na Leste, onde estão os distritos de Sousas e Joaquim Egídio, as contaminações chegam a 181,2. Já na Sul, que inclui o São Bernardo e o Jardim do Trevo, são 67,8.
Confira o ranking com os números de casos a cada 100 mil habitantes na cidade:
- Região Noroeste: 426,8
- Região Norte : 333,1
- Região Sudoeste: 249,4
- Região Leste : 181,2
- Região Sul : 67,8
QUAIS BAIRROS?
Apesar de divulgar o número de casos de dengue de cada uma das regiões de Campinas, a secretaria de Saúde não detalhou quais bairros possuem os maiores índices de infecções. Questionada sobre isso, a assessoria da pasta alegou que deve publicar um novo balanço nos próximos dias. Enquanto isso, o último levantamento sobre a dengue é datado do dia 13 de março.
No alerta sobre a doença e que considera “novas áreas com alto de potencial de transmissão”, os bairros Jardim Campos Elíseos, Jardim Florence, Satélite íris 4 e Vila Padre Manoel da Nóbrega são citados como pontos de atenção na região Noroeste. Já na Norte, aparecem a Cidade Universitária, o Jardim Magnólia, o Parque Via Norte, a Vila Esperança e a Vila Olímpia. Veja as demais regiões:
- Região Sudoeste: DIC V, Jardim Telesp, Jardim Maria Rosa e Vida Nova II
- Região Leste: Chácara Primavera, Jardim Novo Flamboyant e Parque Taquaral
- Região Sul: Campo Belo, Campo Belo 2, Jardim do Lago 2, Jardim Fernanda, Jardim São Jorge, Oziel, Puccamp, Vila Antônio Lourenço e Vila Carlos Lourenço
No mês passado, a Prefeitura fez um mutirão no bairro Campina Grande, no distrito do Campo Grande, após o bairro registrar a maior infestação da cidade. Segundo a Saúde, o local foi escolhido por apresentar uma “alta densidade larvária”. Ou seja, registrou muitos criadouros com larvas.
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A EPIDEMIA
Cerca de dois dias após confirmar a primeira morte por dengue em 2023, a secretaria de Saúde de Campinas divulgou nesta quarta-feira (12) que a cidade vive uma epidemia da doença. Até o momento, de acordo com a pasta, 2.798 infecções foram registradas no município. O total equivale a 13,41% de aumento em relação ao balanço do dia 10, quando 2.467 casos foram informados.
De acordo com a diretora do Devisa de Campinas, Andrea von Zuben, a confirmação da epidemia é necessária não só para alertar a população e os serviços de saúde da cidade, como também para avisar aos governos estadual e federal que a cidade está “em alerta máximo”.
“Significa que a cidade tem que estar em alerta máximo. É a maior articulação de todos os serviços públicos e privados para o diagnóstico. Então, dizer que está em epidemia significa ir ao médico e ele avaliar que pode ser dengue e hidratar o paciente. Isso pode ser a diferença entre a vida e a morte”, defende.
Questionada sobre a nebulização feita em bairros de Campinas, a diretora do Devisa diz que a falta do envio do inseticida preocupa, mas alega que a compra feita recentemente com recursos próprios da Prefeitura dá maior garantia ao município. “Temos um estoque estratégico até que o Ministério da Saúde nos abasteça, que é o correto”, explica ainda a diretoria do Devisa, Andrea von Zuben .
APELO POR ATENDIMENTO
Segundo o Devisa, a região Noroeste, na região da Avenida John Boyd Dunlop é a que mais preocupa atualmente, já que foram encontradas muitas larvas nesses bairros. Por esse motivo, a Saúde orienta que os pacientes com sintomas e suspeita da doença que vivem nessa e em outras regiões de Campinas procurem atendimento rapidamente.
“Como a gente sabe que tem transmissão, precisa ir ao médico. Pode ser médico privado ou público, a vigilância fica sabendo de tudo, porque a notificação é compulsória. Se o médico fala que é um caso suspeito, nossa equipe vai para a região, recolhe o criadouro e, se for um caso positivo, faz a nebulização. Se a pessoa não procura o médico, o mosquito pica outras pessoas”, afirma Andrea.
PRIMEIRA MORTE
No último dia 10, a Prefeitura de Campinas confirmou a primeira morte de dengue em 2023. A vítima é um homem de 86 anos, que morava na área de abrangência do Centro de Saúde Taquaral, na região Leste. Segundo a Saúde, ele apresentou os primeiros sintomas em 22 de fevereiro e morreu em 4 de março.
De acordo com a pasta, o atendimento ao paciente foi realizado na rede privada e a causa do óbito estava em investigação pelo Departamento de Vigilância em Saúde, sendo confirmada após análises de prontuários, relatórios e exames. Segundo a Administração, ações de prevenção foram intensificadas na região.
“Assim que a Vigilância em Saúde foi notificada do caso confirmado, foram desencadeadas todas as ações preconizadas de controle e prevenção na localidade da moradia do paciente. Foram realizados controle de criadouros e busca ativa de pessoas com sintomas e nebulização”, informou a Prefeitura.
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