Eleitores aguardam em filas com espera de até duas horas para votar na região de Campinas, neste domingo (2). De acordo com a apuração da EPTV, ao menos quatro escolas tiveram registro de uma longa espera na metrópole. As filas foram registradas nas escolas Asther Escola de Educação Infantil e 1º Grau, no Jardim Proença, Escola Gustavo Marcondes, Taquaral, Escola Municipal Padre Emilio Miotti, no Jardim Santa Lúcia, e na Faculdade Anhanguera, também no Taquaral.
Já em Amparo, a Escola Estadual Dr. Coreolano Burgos, houve o relato de desistência por parte de eleitores que decidiram ir embora após uma longa espera de uma hora no local para a votação. Em Valinhos, a espera para votar, na unidade do Sesi da cidade, está em torno de 40 minutos, de acordo com a apuração que ocorreu por volta do meio-dia desse domingo.
CAUSAS
Segundo o TRE, a demora pode ter sido causada pelos testes de biometria que estão sendo realizados pela primeira vez em todos os locais de votação. Essa ação tem aumentado o período em que cada eleitor leva para concluir sua votação nas urnas (veja detalhes abaixo).
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TESTE DA BIOMETRIA
Durante a votação, a biometria será testada por todos os eleitores, segundo informou o Cartório Eleitoral de Campinas. Atualmente, na metrópole, 404,523 pessoas já fizeram o cadastro da biometria, o que representa um percentual de 46,04% do total do eleitorado. Em Campinas, são 878.715 moradores aptos a votar no total. De acordo com a Justiça Eleitoral, o banco de dados do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) será utilizado para a biometria.
No entanto, apesar do teste – que pode aumentar as filas na hora da votação, a biometria não é obrigatória nessas eleições. Em 2020, a Justiça Eleitoral suspendeu o cadastramento biométrico em todo o país. Por isso, quem não fez a biometria vai poder votar normalmente – e fará o teste. Segundo o Cartório Eleitoral de Campinas, todos os eleitores vão testar o cadastramento biométrico quatro vezes. Se não conseguir, o modo tradicional de conferência de dados vai ser aceito.
“A importação (do Denatran) foi feita como mais uma medida da Justiça Eleitoral para garantir a lisura das eleições. A identificação biométrica garante que apenas aquele eleitor vai votar por ele. É um reforço para a segurança das eleições”, disse a chefe de cartório de Campinas Egle Prado.
Ainda de acordo com ela, há três situações distintas que podem acontecer neste pleito:
- O eleitor que já fez o cadastramento biométrico na Justiça Eleitoral, que pode baixar o e-Título e verificar que a foto dele consta no sistema
- O eleitor que terá os dados importados do Denatran e, para isso, ele precisa ter a CNH
- O eleitor que não tem biometria cadastrada em nenhum órgão público
“Todos esses eleitores vão conseguir votar. A biometria é uma forma de identificação do eleitor”, explicou Egle.
PROBLEMAS
Eleitores de diversas cidades têm relatado a ocorrência de filas nas seções eleitorais. A demora tem sido atribuída à coleta de dados da biometria, que ainda não é obrigatória em todos os municípios. Em Campinas, na Escola Estadual Coronel Firmino, a lentidão provocou espera de várias horas entre os eleitores.
Eleitores que não têm a biometria cadastrada podem votar apenas apresentando um documento, mas mesários têm solicitado a coleta da digital mesmo para quem não possui registro anterior, o que tem deixado alguns eleitores confusos e aumentado a espera nas seções eleitorais.
“A ideia é que todos os dados validados sejam incorporados a seguir no cadastro eleitoral”, disse o juiz auxiliar da Vice-presidência e Corregedoria do TRE-RJ, Rudi Baldi. A validação pode aumentar um pouco o tempo de mobilização do eleitor na seção de votação – por essa razão, o TRE já esperava filas um pouco mais longas neste domingo.
No entanto, o tribunal calculou um tempo médio de dez segundos para o procedimento, que inclui até quatro tentativas de validação dos dados biométricos por pessoa. “Na verdade essa é uma providência nacional. Ela alcança todos os Estados, todos os municípios”, explicou Baldi.
O TRE explicou ainda que quem não tiver já coletado nem validado os dados biométricos durante a eleição, terá oportunidade de fazê-lo junto à Justiça Eleitoral depois de encerrado o pleito deste ano.
A demora ocorre porque têm sido necessárias diversas tentativas de cadastro até que os dados sejam reconhecidos pelo sistema. Procurados, o TRE (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo), e o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ainda não se pronunciaram sobre as ocorrências, e se estão ou não relacionadas à demora na identificação de digitais.
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