Um estudo da Universidade Harvard revela que mulheres de meia-idade e idosas que têm um apego forte aos seus animais de estimação, especialmente cachorros, apresentam níveis mais baixos de ansiedade e depressão. O estudo, publicado na revista científica JAMA Network Open, destaca que o impacto positivo dos pets na saúde mental é ainda mais significativo em mulheres que sofreram abusos na infância.
O estudo analisou as respostas de 214 mulheres com idade média de 60,8 anos. Dessas, 140 tinham animais de estimação e 74 não. Entre as participantes, 156 (72,6%) tinham histórico de abuso infantil. Os questionários, aplicados em 2013 e 2014, abordaram sintomas de ansiedade e depressão, além da relação com os pets.
Os resultados mostraram que o apego aos cachorros estava fortemente associado à redução de sintomas de depressão e ansiedade, especialmente em mulheres que haviam sofrido abusos na infância.
Estudo: quanto mais amor, menos depressão
Eva Schernhammer, epidemiologista e coautora do estudo, afirmou à The Harvard Gazette: “Quanto mais apegada você for ao seu animal de estimação, menor será o risco de depressão e ansiedade.”
Cães vs. Gatos: o impacto na saúde mental
O estudo revelou que 56% das participantes com pets tinham cachorros, enquanto apenas 33% tinham gatos. Curiosamente, o apego aos gatos não mostrou o mesmo efeito positivo na saúde mental, o que surpreendeu os pesquisadores. Eva Schernhammer destacou que mais pesquisas são necessárias para entender essa diferença.
Elton Kanomata, psiquiatra do Hospital Israelita Albert Einstein, explica que a principal relação entre animais de estimação e saúde mental está no cuidado diário. Cachorros, por exemplo, oferecem companhia e incentivam atividades físicas, como caminhadas.
Kanomata ressaltou que a conexão entre tutor e animal é crucial para obter benefícios à saúde mental. “Estamos apenas começando a explorar os mecanismos que explicam esses efeitos”, comentou Eva Schernhammer.
Benefícios para quem passou por abuso
O estudo também destacou os benefícios adicionais para mulheres que sofreram violência física ou sexual na infância. Kanomata acredita que esses resultados podem indicar que animais de suporte emocional podem ser particularmente benéficos para essas mulheres. “Já existem cães treinados para ajudar em crises de pânico, apoiar pessoas com autismo e identificar alucinações em casos de esquizofrenia”, concluiu o psiquiatra. “No entanto, é importante lembrar que não devemos ‘prescrever’ um pet para quem não gosta de animais.”
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