O ex-lutador profissional de artes maciais, que confessou ter matado a mulher em São Paulo, mentiu em registro policial dizendo que ela desapareceu quando estava a caminho de visitar a família em Campinas.
Luis Paulo Lima dos Santos foi preso na capital depois de confessar ter atirado quatro vezes e matado esposa Ellida Tuane Ferreira da Silva Santos, de 26 anos, que era natural de Campinas.
Um vídeo gravado por câmeras de segurança do prédio onde o casal morava mostra o momento em que o marido da professora sai do apartamento do casal, na Zona Leste, levando um carrinho para colocar compras. A Polícia Civil acredita que o corpo da mulher estava dentro de um saco colocado no interior do carrinho.
Segundo o DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa), o motivo do crime seria ciúmes. O feminicídio foi cometido na última sexta-feira (4). Na casa, o casal morava com o filho, um bebê de seis meses. O corpo da professora foi encontrado na terça-feira (8), jogado num córrego no Parque do Carmo. Ele estava com marcas de tiros.
DESPISTAR INVESTIGAÇÃO
Para tentar despistas a investigação, de acordo com a Polícia Civil, o ex-lutador registrou um boletim de ocorrência de desaparecimento de Ellida. Ele afirma que a mulher saiu de casa para viajar a Campinas e visitar a família dela. A esposa era natural de Campinas, de acordo com a família. No registro policial, Luis Paulo diz que ela sumiu.
“Ela saiu com destino a Campinas, enviou a última mensagem às 19h51 dizendo que estava somente com 5% de bateria. Às 22h39 enviei mensagem novamente e não foi visualizada e ligações encaminhadas direto para caixa postal. Em contato com a minha cunhada e a mãe da desaparecida informaram que ela não chegou em sua casas em Campinas”, disse ele.
O ex-lutador fala ainda que foi a Campinas para procurar a mulher. “Eu tentei contato durante a noite e não obtendo sucesso me dirigi a Campinas. Fui à rodoviária, delegacia e hospital procurando informações e não consegui”, declarou.
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COM VIDA
Uma câmera de monitoramento do elevador do prédio onde o casal morava gravou a última imagem da professora, ainda viva. Na sexta-feira, às 21h30, Ellida entra no elevado e segue para o apartamento.
Os vizinhos do prédio contaram aos investigadores que ouviram barulhos de tiros ainda na sexta, mas nenhum deles chamou a polícia. De acordo com a família da vítima, Ellida foi enterrada no Cemitério Vila Fory, no bairro Vila Formosa, em Campinas.
INVESTIGAÇÃO
Sobre o caso, o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) disse em nota que “esclareceu a morte de uma professora na zona leste de São Paulo”.
“O marido, de 44 anos, foi preso na quarta-feira (9/11), em cumprimento de um mandado de prisão temporária expedido pelo Poder Judiciário. Laudos periciais estão em elaboração e, assim que finalizados, serão analisados pela autoridade policial para auxiliar no esclarecimento da dinâmica dos fatos. A investigação segue em andamento e outros detalhes serão preservados para garantir a autonomia do trabalho policial”.