O resultado de um exame pericial confirmou que Domingos Forchezatto, líder espiritual alvo de denúncias de abuso sexual em Campinas, morreu por afogamento. A informação foi confirmada pela SSP (secretaria de Segurança Pública) na noite desta sexta-feira (2). O corpo do líder espiritual da umbanda foi encontrado no Rio Atibaia no dia 25 de agosto. O exame inicial já apontava o afogamento como causa da morte.
Em nota, a SSP afirmou que “a Polícia Civil esclarece que o caso é investigado pelo 7° DP de Campinas. A equipe da unidade analisou o resultado do laudo pericial que apontou afogamento para a causa da morte e segue com as diligências finais para a conclusão do inquérito policial”.
LOCALIZAÇÃO DO CORPO
O corpo foi encontrado na tarde do dia 25 de agosto por pescadores que estavam descendo o Rio Atibaia, em Campinas, na altura do bairro Vila Village. Segundo a polícia, o corpo estava preso entre galhos nas margens do rio, o que dificultou ainda mais o resgate.
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Após a retirada, o caseiro da chácara do líder espiritual afirmou que o corpo estava com calça jeans e camisa preta de malha semelhantes a de Domingos. O delegado da Deic (Divisão de Investigações Criminais), Oswaldo Diez afirmou durante a noite que alguns elementos apontavam a possibilidade do corpo ser do líder espiritual, mas que até então era preciso confirmar por meio de exames.
DESAPARECIMENTO
Domingos tinha sido visto pela última vez na madrugada de uma sexta-feira na chácara onde costumavam ocorrer os eventos do terreiro, no distrito de Barão Geraldo, à beira do Rio Atibaia. Ele esteve no local com um amigo e desapareceu.
O líder espiritual atuou por cerca de 30 anos como diretor espiritual e terapeuta no terreiro. Segundo o centro, ele estava afastado de suas funções desde o dia 29 de junho. Os crimes sexuais estão sendo investigados desde o dia 14 de julho.
PRISÃO DECRETADA
Domingos era diretor espiritual da AEUPT (Associação Pai Tajubim) e teve a prisão preventiva decretada neste mês, após o desaparecimento. A 1ª DDM (Delegacia de Defesa da Mulher) concluiu o inquérito que apurou casos de abuso sexual cometidos em um terreiro de umbanda em Campinas. Ao menos 15 pessoas, entre mulheres e testemunhas, prestaram depoimento até o início de agosto.
Uma vítima do líder espiritual de umbanda acusado de assédio sexual em Campinas afirmou que ele pedia segredo do ato criminoso porque isso podia “destruir a fé” das pessoas. O caso foi revelado em julho e o homem atuava em um terreiro de umbanda na região do Taquaral.
No relato, a vítima, que preferiu não se identificar, afirmou que o Pai de Santo iniciou as ações durante um atendimento individual.
“Em 2014, eu estava ainda de licença-maternidade e passei na sala dele de atendimento. Esse tipo de atendimento é comum, individual, a gente sempre pede ajuda. E na hora de sair da sala, eu levantei, ele se levantou, ficou bem próximo a mim, e eu com a minha filha no colo. Eu assustei quando ele colocou a mão dele dentro da minha roupa. E eu assustei, dei um tranco para trás”, relata.
Segundo a vítima, o líder espiritual teria dito que o procedimento era normal e que era utilizado para passar a energia. “E me falou que eu guardasse segredo, porque as pessoas não iriam entender”, disse. A vítima relata que o homem associava isso a destruição da fé no terreiro e na religião.
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