O falso dentista que operava há pelo menos um ano em uma clínica irregular na região do Campo Grande, em Campinas, teve a prisão em flagrante convertida para preventiva após audiência de custódia, nesta quinta-feira (8). Segundo a Polícia Civil, ele deve responder tanto pelo exercício ilegal da profissão quanto pela posse de documentos falsos.
Jônatas Gomes Gusmão foi surpreendido ontem (7) pela equipe do 11º DP (Distrito Policial), quando atendia um paciente na clínica em que atuava, no Jardim Satélite Íris.
De acordo com Sandro Jonasson, delegado titular do 11º DP, a equipe investigava a existência de um falso profissional atuando na região, e Jônatas chamou atenção por ofertar procedimentos odontológicos por baixos preços, em alguns casos, cerca de 10% do custo de mercado.
“Identificamos que ele contava com mais de 10 mil seguidores nas redes sociais, e oferecia procedimentos a 10% do preço de mercado. Isso motivou a denúncia de outros dentistas e também o acompanhamento de representantes do Conselho Regional de Odontologia”, destacou o delegado.
Ainda de acordo com a polícia, no momento da abordagem o homem chegou a se apresentar como dentista, mas depois alegou que estaria concluindo o curso. Na clínica, foram localizados diplomas e históricos escolares falsos.
Foram apreendidos receituários, agendamentos e orçamentos, todos em seu nome, relacionados aos atendimentos odontológicos.
“Ele estava em pleno atendimento odontológico, colocando a saúde desse paciente em risco”, enfatizou Jonasson.
Advogado diz que falso dentista ‘não sabia que tinha de concluir o curso’
O advogado de Jônatas alega que “o cliente não sabia que tinha de concluir o curso”. De acordo com Rogério Ciccone de Lima Rosa, o suspeito chegou a fazer dois semestres de odontologia e “algumas aulas on-line”.
Ele confirmou que Jônatas comprou um diploma, mas afirmou que “ele teria sido enganado por um homem que se passou por funcionário de uma universidade”.
Já a universidade Estácio, instituição que Jônatas falsificou o diploma, informou que ele não é aluno da faculdade e nem esteve matriculado no curso de odontologia da instituição.
A universidade reforçou que não imprime mais documentos físicos desde janeiro de 2022, e que os diplomas são emitidos de forma digital, “o que garante maior segurança, rastreabilidade e autenticidade do documento”.
O delegado pede que possíveis pacientes procurem o 11º DP para realizar a denúncia, essencial para que a Polícia Civil identifique o número de pessoas que foram enganadas pelo falso dentista.
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