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CotidianoFalta de acesso a absorventes afeta 25% das meninas atendidas pelo Ceamo, em Campinas

Falta de acesso a absorventes afeta 25% das meninas atendidas pelo Ceamo, em Campinas

Levantamento mostra que duas mil das entrevistadas, com idades entre 10 e 19 anos, deixaram de estudar devido ao problema em Campinas; veja os relatos

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Falta de acesso a absorventes afeta uma em cada quatro meninas de Campinas (Foto: Reprodução/EPTV Campinas)
Falta de acesso a absorventes afeta uma em cada quatro meninas de Campinas (Foto: Reprodução/EPTV Campinas)

Um levantamento do Ceamo (Centro de Referência e Apoio à Mulher) de Campinas mostra que 25% das meninas com idades entre 10 e 19 anos atendidas pela entidade não têm acesso a absorventes. O índice comprova a situação de vulnerabilidade, dificuldade financeira e falta de informação de uma parcela da população e faz a Administração Municipal planejar ações para reduzir o problema – veja abaixo.

De acordo com o Centro, 19.759 das 79.036 pré-adolescentes e adolescentes que participaram da pesquisa confirmaram não fazer uso regular do item de higiene pessoal. “É um dado que chama atenção para que tenhamos políticas públicas. Muitas famílias não têm acesso a alimentos e deixam também de ter acesso a itens de higiene”, disse a secretária de Assistência Social, Vandecleya Moro.

CONSTRANGIMENTO

“Já aconteceu de eu estar andando no Centro e de repente veio no susto. Aí eu entrei em uma farmácia para pedir e uma moça tirou do bolso para me dar. Antigamente, a gente usava um paninho. Cortava, usava e jogava fora. Não tenho vergonha de falar, mas é triste né?”, conta a dona de casa Débora Ferreira.

Sem condições financeiras atualmente, Débora argumenta que conta com a solidariedade de uma conhecida, que faz doações frequentes a ela. Além disso, conta com o auxílio de uma rede de apoio composta por vizinhas e amigas.

 

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EDUCAÇÃO AFETADA

A chamada pobreza menstrual afeta também os estudos, já que o Ceamo registrou 2 mil meninas e jovens que deixaram de frequentar a escola por falta de absorventes. “Minha filha mais velha, na época chorava porque não queria ir na escola”, diz uma mãe que não quis se identificar à EPTV Campinas. “Quando eu sinto na escola dá um pouco de vergonha”, relata uma menina de 13 anos.

“Nós vamos promover aqui na secretaria de Assistência Social, principalmente junto ao Ceamo, que faz o atendimento dessas mulheres, o incentivo para que as mães conversem com suas filhas. Para que a gente possa ter esse diálogo e tirar esse tabu. Muitas famílias não tratam desse assunto e a menina não entende o que está acontecendo”, promete ainda a secretária de Assistência Social.

 

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