Pacientes com câncer estão com o tratamento interrompido no Hospital Mário Gatti, em Campinas, por falta de medicamentos usados nas sessões de quimioterapia. A denúncia foi feita à EPTV nesta terça-feira (20) por familiares e pessoas em tratamento na unidade.
A situação foi confirmada pela Rede Mário Gatti, que informou que a suspensão começou na última quinta-feira (15). Segundo a instituição, a interrupção ocorreu porque empresas responsáveis pela entrega dos medicamentos não cumpriram o prazo de fornecimento. Como medida, essas fornecedoras foram notificadas e punidas.
Remédios essenciais não foram entregues no Mário Gatti
Os medicamentos em falta são paclitaxel, irinotecano e doxorrubicina. Essas substâncias são amplamente utilizadas no tratamento de diversos tipos de câncer, como mama e intestino. A falta deles afeta diretamente o controle dos sintomas e o combate à doença.
Desespero e incerteza entre os familiares
A filha de uma paciente de 78 anos, que luta contra um câncer de mama, relatou à reportagem a angústia diante da suspensão. Segundo ela, a mãe iniciou o tratamento neste mês, mas foi avisada de que a próxima sessão, prevista para a próxima semana, não acontecerá.
“A corrida é pra ele não se espalhar pros outros órgãos, porque ele já tá muito grande. É um carcinoma turbo, cresceu muito rápido, descontrolado. A quimioterapia estava começando a fazer efeito. Agora estamos nessa ansiedade, sem saber o que vai acontecer”,
disse.
Ela pediu que, se possível, a paciente seja encaminhada a outras unidades como a PUC ou a Unicamp, para que o tratamento não seja interrompido:
“Espero que as autoridades tomem alguma atitude, e rápido.”
Compra emergencial e previsão de retomada
A Rede Mário Gatti informou que uma compra emergencial foi realizada para reabastecer os estoques. Os medicamentos devem garantir o tratamento pelos próximos seis meses. A previsão, segundo a instituição, é que as sessões de quimioterapia sejam retomadas no dia 26 de maio, próxima segunda-feira.
A Rede Mário Gatti não informou quantos pacientes foram afetados pela suspensão nem respondeu sobre a possibilidade de encaminhá-los temporariamente a outras unidades de saúde para garantir a continuidade do tratamento.
*Com informações de Pedro Torres/EPTV Campinas
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