A família de Mariana de Souza Bustamante, estudante de medicina de Hortolândia encontrada morta após cair de um prédio na Bolívia nesta semana, afirmou que suspeita que o caso seja um feminicídio – homicídio praticado pelo fato da vítima ser mulher.
A jovem, de 21 anos, foi encontrada sem vida no pátio do prédio onde morava no país vizinho. A suspeita é que ela tenha caído do 6º andar do edifício onde morava. Mariana foi enterrada nesta sexta-feira (11), em Hortolândia, onde nasceu.
“As duas pessoas que moravam com ela sabem a verdade e eles estão omitindo para se proteger. Teve uma discussão. Os vizinhos relatam também. O porteiro também relata que houve uma discussão, uma briga de barulho mesmo. Eles saem, mas eles retornam e ai se dá o ocorrido. Com escoriações no rosto, roxo no olho, com certeza houve luta”, relatou a tia da vítima, Ana Francisca Silva.
“Eu acho que mataram, porque ela estava muito alegre para se jogar no chão e morrer. A mão está machucada, o rosto está machucado. Por onde deu para eu ver, ela está toda machucada”, disse a avó da vítima, Francisca de Oliveira, de 76 anos.
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INVESTIGAÇÕES
Na noite da morte de Mariana, os dois estudantes que moravam com ela chegaram a ser presos porque o caso foi registrado como crime suspeito, mas foram liberados horas depois. O Ministério das Relações Exteriores brasileiro afirmou, através de nota, que está em contato com os familiares para prestar assistência à família e que não pode passar detalhes da situação dos estudantes que são investigados pela polícia boliviana.
“Eu espero que a polícia boliviana assista esse caso e olhe com critério. Isso não pode se repetir. Foi muito difícil trazer para cá o corpo para poder velar, para poder dá um fim e consolar a dor da família”, comenta a tia.
O CASO
Mariana estava no sexto período do curso de medicina em uma universidade da cidade de Cochabamba, na Bolívia. Ela morava num apartamento com outros dois estudantes, também brasileiros.
Segundo os relatos da família, na madrugada da última segunda-feira ela foi encontrada caída no pátio do prédio onde morava. Os estudantes que moravam com ela disseram que deixaram Mariana sozinha na noite de domingo e saíram para uma festa.
Quando voltaram, quase 3h da manhã, encontraram a janela da sacada aberta e o corpo no pátio. A mãe da estudante morta disse que conversou com a filha no domingo por chamada de vídeo e que ela estava muito feliz porque tinha feito inscrição para trabalhar na Cruz Vermelha.
Nesse dia, os três estudantes estavam em casa e almoçaram juntos. No dia do acidente, foram os amigos que acionaram o socorro após encontrarem o corpo de Mariana no chão do pátio.
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