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CotidianoGolpe da maquininha: idosa paga R$ 2 mil em cartela de ovos

Golpe da maquininha: idosa paga R$ 2 mil em cartela de ovos

Vítima de Campinas conta que só percebeu o crime quando olhou a notificação do banco no celular; veja como evitar

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Golpistas foram flagrados em outra rua do bairro, em Campinas (Foto: Reprodução)
Golpistas foram flagrados em outra rua do bairro, em Campinas (Foto: Reprodução)

Uma idosa de 62 anos registrou um boletim de ocorrência eletrônico depois de pagar R$ 2.016 por uma cartela com 30 ovos anunciada por R$ 16. O caso aconteceu na semana passada no bairro Parque das Camélias, em Campinas.

De acordo com a vítima, um carro que passava pela Rua Alfredo Astolfi divulgou o preço do produto no último dia 17. Ela conta que fez a compra dos ovos com o cartão de débito e que conferiu o valor no visor da máquina após a transação.

Depois de ser informada pelo vendedor que o dispositivo enviaria uma notificação ao celular, ela afirma que voltou para casa, onde recebeu um aviso do aplicativo do banco no aparelho. A mensagem informava o valor da compra.

A aposentada tentou perseguir o carro do golpista, mas não encontrou mais o veículo na rua. Depois disso, foi até o banco para tentar cancelar o débito, mas foi informada de que não era possível bloquear a transferência do dinheiro.

“Olhei e ele digitou R$ 16. Só que ficou vago e não dava pra ver nada mais pra frente. Mas tinha outro rapaz dentro do carro, mexendo o celular. Fiquei deprimida, porque R$ 2 mil não é brincadeira, né?” disse à EPTV Campinas.

REGISTRO DO CRIME

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Sem conseguir resolver a situação, a idosa registrou um boletim de ocorrência eletrônico sobre o caso e diz que conseguiu imagens de câmera de segurança que mostram o momento da venda dos ovos e também a saída do carro do local.

As gravações feitas por equipamentos instalados em outra rua do bairro mostram um dos suspeitos, de blusa clara e calça jeans, entregando uma cartela do produto para um morador. Os golpistas nunca mais foram vistos na região.

O caso foi registrado como estelionato pela Polícia Civil da cidade, que investiga o crime. Conhecida como “golpe da maquininha”, a prática é comum no estado e no Brasil e exige que vários cuidados sejam tomados pelos clientes (veja abaixo).

CASOS SEMELHANTES

Na semana passada, um casal do Guarujá, no litoral sul do estado de São Paulo, caiu no mesmo golpe. As vítimas contaram que um dos falsos vendedores de ovos digitou o valor de R$ 16 na máquina e mostrou o valor para um deles.

O suspeito, porém, disse depois que o cartão não estava passando e pegou outra máquina com o visor que dificultava a visualização dos números. Desatento, o morador digitou a senha e só depois descobriu o débito de R$ 1.016.

O carro usado pelos criminosos foi avistado por um radar inteligente em Praia Grande, onde aplicaram outro golpe idêntico. Até agora ninguém foi preso.

O QUE DIZ A POLÍCIA

O delegado titular do 5º DP (Distrito Policial), Sandro Jonasson, explica que o caso é investigado como estelionato, mas pode ser considerado também como associação criminosa. Ele dá dicas de como evitar ser alvo desta prática.

“Todo estelionatário é simpático e se aproveita da boa fé das pessoas. Normalmente, as vítimas são os idosos, que se sentem seguros no bairro onde vivem. Esse é um fato que ajuda o estelionatário a aplicar o golpe”, diz ele.

Jonasson também destaca que a pressa dos vendedores, a explicação sobre o motivo da não imprimir o comprovante e a dificuldade de conferir o valor no visor da máquina de também devem gerar suspeitas entre a população.

“Não basta apenas conferir os valores em máquinas nas quais o cartão será inserido, mas também saber se aquela máquina ela pertence realmente a quem está vendendo o produto. É muito importante também que denunciam”, alega.

A polícia orienta ainda que a vítima, assim que perceber que caiu neste tipo de golpe, ligue imediatamente para o banco tentar bloquear a transferência.

O QUE DIZ O BANCO

A CEF (Caixa Econômica Federal) informou que a cliente que foi alvo do golpe contestou o saque e que o resultado da contestação foi comunicado diretamente a ela, como previsto na Lei do Sigilo Bancário.

A instituição financeira também recomenda que os clientes verifiquem os detalhes antes de comprar qualquer produto e argumenta que a senha só deve ser digitada se todos os dados estiverem corretos.

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Leandro Las Casas
Leandro Las Casas
Graduado pela PUC-Campinas desde 2011, atua há 14 anos no Jornalismo, área na qual cobriu sete eleições, participou de grandes coberturas e esteve a frente de podcasts e projetos de assessoria. Começou a carreira na rádio CBN Campinas, onde foi estagiário, repórter e apresentador. No acidade on Campinas, assina matérias e reportagens de todas as editorias desde 2021.
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