O mecânico de Valinhos que foi libertado ontem (2) após passar quase 24h nas mãos de sequestradores em São Paulo, sofreu diversas agressões dos criminosos, segundo a Polícia Civil. O jovem, de 24 anos, caiu em um golpe de um aplicativo de relacionamento. Até agora uma mulher foi presa e outra mulher foi identificada por receber transferências bancárias da família da vítima.
Segundo o delegado da DEIC (Divisão de Investigações Criminais de Campinas), Elton Costa, a vítima foi resgatada muito machucada. O delegado afirmou que ele sofreu agressões durante todo o período em que foi mantido em cativeiro na Vila Penteado, Zona Norte da capital paulista.
CORONHADAS
“Ontem, com o encontro, o homem alegou que desde o primeiro momento que foi abordado, e colocado no carro, já com o primeiro golpe, com coronhada na cabeça. Depois disso quando foi levado para o cativeiro, praticamente um barraco, ficou amarrado com as mãos para trás. Toda vez que pediam transferências, ele dizia que havia graves agressões, chutes, socos, puxões de cabelo, arranhões. Ele veio muito machucado, com várias lesões, e foi levado para o hospital”, informou o delegado. Apesar dos ferimentos, ele passa bem.
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De acordo com a polícia, foi identificada uma segunda mulher, que recebeu uma quantia em dinheiro da família da vítima. A mulher, que é uma moradora em situação de rua da capital, provavelmente foi usada como “laranja” – atitude que é comum nesse tipo de crime.
Segundo Costa, o chamado “golpe do amor” tem sido cada vez mais frequente e as vítimas são sempre homens, que são levados para encontros sexuais.
“Esse crime é muito peculiar, sempre feito igual e com muita frequência. As pessoas são sempre arrebatadas e mantidas em cativeiro naquela região do extremo Norte de São Paulo. Todos os casos que atendemos e temos relatos, as pessoas são levadas para aquele local. E sempre tem a mesma sistemática: a pessoa encontra ali uma mulher por meio de aplicativo de relacionamento, é levado até lá pensando que vai ter um relacionamento íntimo e ao chegar é arrebatado, levado para outro local e mantido refém enquanto são feitas transações bancárias. Nesse caso específico como a vítima não tinha acesso a aplicativos foi feito contato com familiares”, explicou.
Segundo Costa, na delegacia da capital, a informação é que só no último sábado cinco pessoas relataram ser mantidas em cativeiro na mesma região.
ORIENTAÇÃO
Com a frequência do golpe, o delegado orienta para cuidado na marcação de encontros e atenção aos perfis encontrados na internet.
“Para as pessoas que fazem muito uso de aplicativos, a orientação é ter muito cuidado para verificar se essa pessoa que está trocando mensagens é conhecida, tem outras redes sociais que consiga confrontar essa pessoa. Depois disso o mais importante é que marque o encontro em local público, seguro, para confirmar ela existe. Deve ser feito de uma forma com que outras pessoas acompanhem onde ele está, porque ultimamente temos uma incidência muito grande desse tipo de golpe”, aconselhou.
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