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CampinasCotidianoGolpes virtuais crescem na região; veja todos os tipos

Golpes virtuais crescem na região; veja todos os tipos

Balanço mostra que o total de crimes chegou a 1.632 no ano passado; Campinas lidera o ranking

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O número de golpes aplicados pela internet cresceu 5% nas 10 maiores cidades da região em 2024. Ao todo, foram registrados 1.632 boletins de ocorrência, contra 1.557 no ano anterior. Campinas lidera em número absoluto de casos com 739 registros.

O maior aumento percentual ocorreu em Americana, onde os casos saltaram de 120 para 186 – crescimento de 55%.

Os golpes variam: falsas ofertas de emprego por aplicativos de mensagens, boletos adulterados, troca de cartões e tentativas de obtenção de dados sensíveis como documentos, senhas bancárias e informações de cartões de crédito – entenda mais abaixo.

Número de boletins de ocorrência referente a golpes cibernéticos na região:

  • Campinas – 2023: 740 l 2024: 739
  • Sumaré – 2023: 98 l 2024: 133
  • Indaiatuba – 2023: 122 l 2024: 95
  • Americana – 2023: 120 l 2024: 186
  • Hortolândia – 2023: 87 l 2024: 111
  • Santa Bárbara d’Oeste: 2023: 35 l 2024: 61
  • Mogi Guaçu: 2023: 2 l 2024: 1
  • Valinhos: 2023: 112 l 2024: 107
  • Piracicaba – 2023: 142 l 2024: 125
  • Limeira – 2023: 99 l 2024: 74
  • Total: 2023: 1.557 l 2024: 1.632

Reinventando crimes

De acordo com Humberto Sperone, coordenador de infraestrutura de TI na Unifaj, existem milhares de tipos de golpes virtuais — e esse número cresce continuamente à medida que os criminosos se reinventam para atingir novas vítimas.

“Os hackers fazem uso intenso de engenharia social para aplicar esses golpes. Agora, com o avanço da tecnologia, também passaram a utilizar inteligência artificial para tornar as fraudes ainda mais convincentes”,

explica.

Vítima de golpe por WhatsApp

A motorista de aplicativo Joselma Gaspar Gregório foi uma das vítimas. Em busca de emprego em transportadoras, ela clicou em um anúncio que a direcionou para uma conversa no WhatsApp. Os criminosos, se passando por recrutadores, pediram documentos pessoais como parte de um falso processo seletivo.

Depois, informaram que ela precisaria contratar um seguro de cargas por R$ 1.900 e indicaram o contato de uma suposta seguradora. Ao perceber a tentativa de extorsão, Joelma interrompeu a conversa. Como já havia enviado documentos, registrou um boletim de ocorrência por precaução.

“Eles foram me passaram as instruções, recolhendo todos meus dados pessoais e eles me encaminharam para uma outra pessoa, alegando que precisaria fazer o seguro do carro. E nessa conversa foi solicitado um pagamento via Pix, afirmando que eu só poderia começar a trabalhar se fizesse essa transferência, que seria o contrato do seguro do carro. Eu passei todos os meus documentos e fico com esse receio, porque eles têm todos meus dados e resolvi me precaver, caso eles tentem cometer outros crimes, como empréstimos em meu nome”,

explica.

Principais golpes bancários no Brasil em 2024

Segundo a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), estes foram os golpes mais registrados por clientes de instituições financeiras em 2024:

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1. Golpe do WhatsApp – 153 mil vítimas
2. Falsa venda – 150 mil vítimas
3. Falsa central telefônica – 105 mil vítimas
4. Phishing – 33 mil vítimas
5. Falso investimento – 31 mil vítimas
6. Troca de cartão – 19 mil vítimas
7. Falso boleto – 14 mil vítimas
8. Golpe da devolução de empréstimo – 8 mil vítimas
9. Mão fantasma – 5 mil vítimas
10. Falso motoboy – 5 mil vítimas

Aumento da participação das vítimas

De acordo com Rodrigo Almeida, advogado da Comissão de Direito Digital da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), a maior parte dos golpes e outros crimes da internet ficam sem solução.

“Conforme os golpes foram se tornando cada vez mais frequentes, as instituições financeiras, os bancos, passaram a criar mecanismos para proteger cada vez mais tanto o consumidor, quanto a própria instituição. Conforme essas travas foram aumentando, ficou cada vez mais evidente que, cada vez maior a participação da vítima nesse crime, quanto ela mais ela colaborou para que essa transação irregular acontecesse, mais difícil é responsabilizar a instituição financeira. É por isso que a gente tem que tomar muito cuidado na hora de realizar essas transações”,

explica o advogado.

Entenda como funcionam os golpes e como se proteger

Golpe do WhatsApp

Como é:
O golpista obtém o número de celular e o nome da vítima, e com essas informações tenta clonar a conta de WhatsApp, cadastrando o número em outro aparelho. Para concluir a operação, o aplicativo exige a inserção de um código de verificação, que é enviado por SMS. Nesse momento, os criminosos entram em contato com a vítima, fingindo ser de uma empresa conhecida, loja virtual ou até mesmo do próprio suporte técnico do WhatsApp. Alegam que o código enviado por SMS é necessário para concluir uma atualização, confirmar o cadastro ou resolver um problema técnico. Ao repassar esse código, a vítima acaba entregando o controle da conta ao golpista.

Como evitar:
A maneira mais eficaz de se proteger é ativar a “verificação em duas etapas” no WhatsApp. Com esse recurso, o usuário cria uma senha que será solicitada periodicamente e sempre que o aplicativo for reinstalado. Essa senha nunca deve ser compartilhada, nem inserida em links recebidos por mensagens ou e-mails, mesmo que pareçam oficiais.

Golpe da falsa venda

Como é:
Criminosos criam sites e perfis falsos que imitam lojas online conhecidas, oferecendo produtos com grandes descontos. As ofertas são divulgadas por redes sociais, WhatsApp, e-mail e SMS, com links que levam a páginas bem produzidas, mas falsas. Em muitos casos, os golpistas também usam anúncios patrocinados em mecanismos de busca. As vítimas fazem o pagamento, mas nunca recebem o produto – e muitas vezes nem conseguem mais contato com a suposta loja.

Como evitar:
Desconfie de preços muito abaixo do valor de mercado. Verifique se o site possui canais de atendimento confiáveis, CNPJ válido, histórico de reclamações e avaliações de outros clientes. Prefira sites já conhecidos e evite clicar em links enviados por mensagens. Lojas que aceitam apenas Pix ou boleto e que não oferecem meios tradicionais de pagamento também merecem atenção.

Golpes da falsa central telefônica / falso funcionário

Como é:
O criminoso liga ou manda mensagem se passando por funcionário de banco ou empresa conhecida, alegando que há movimentações suspeitas, cobranças indevidas ou dados incorretos no sistema. Ele convence a vítima a fornecer dados pessoais, senhas ou a realizar transferências, supostamente para regularizar a conta. Em alguns casos, o golpista orienta a instalar aplicativos que permitem o controle remoto do celular.

Como evitar:
Instituições financeiras jamais solicitam senhas, códigos de autenticação ou dados bancários por telefone, muito menos pedem que o cliente faça transferências. Ao receber uma ligação suspeita, desligue e entre em contato com o banco pelos canais oficiais, de preferência usando outro telefone.

Phishing (pescaria digital)

Como é:
Esse tipo de golpe acontece por meio de mensagens ou e-mails fraudulentos que simulam a comunicação de empresas reais. O conteúdo costuma conter links ou arquivos que, ao serem clicados, direcionam a páginas falsas ou instalam programas espiões no celular ou computador. Nessas páginas, a vítima é induzida a preencher dados como CPF, número do cartão e senhas.

Como evitar:
Jamais clique em links suspeitos, mesmo que pareçam vir de fontes confiáveis. Verifique se o endereço do site começa com “https” e se o domínio corresponde exatamente ao da empresa real. Mantenha o sistema operacional e os aplicativos sempre atualizados, com antivírus ativo. Quando estiver em dúvida, entre em contato direto com a empresa mencionada.

Golpe do falso investimento

Como é:
Criminosos criam sites e perfis falsos nas redes sociais simulando corretoras ou empresas de investimento. Prometem lucros altos e rápidos, muitas vezes usando imagens de famosos ou depoimentos falsos de supostos investidores bem-sucedidos. Em alguns casos, para passar mais credibilidade, permitem que a vítima faça um primeiro investimento com valor baixo, e até realizam um “pagamento de retorno” simbólico. Com isso, convencem a vítima a aplicar valores maiores — e então somem com o dinheiro.

Como evitar:
Desconfie de promessas de ganhos fáceis e fora da realidade do mercado. Verifique se a empresa está registrada na Comissão de Valores Mobiliários e procure o CNPJ. Consulte avaliações em sites de reclamações e fóruns de consumidores. Evite tomar decisões financeiras com base em mensagens recebidas por redes sociais, grupos de WhatsApp ou anúncios patrocinados na internet.

Golpe da troca de cartão

Como é:
Esse golpe acontece em lojas físicas, feiras ou postos de atendimento. O criminoso observa a vítima digitar a senha na maquininha e, no momento da devolução do cartão, troca o original por outro parecido ou inativo. Com o cartão verdadeiro e a senha, passa a realizar compras ou saques rapidamente, até que a vítima perceba.

Como evitar:
Sempre que for pagar com cartão, siga alguns cuidados: você mesmo deve inserir o cartão na maquininha, conferir o valor da compra antes de digitar a senha e, ao final, verificar se o cartão devolvido é realmente o seu. Não entregue o cartão a terceiros, mesmo em situações de aparente normalidade.

Golpes do falso boleto

Como é:
Criminosos criam boletos falsos com dados bancários modificados, de modo que o pagamento vá para a conta deles. Esses boletos podem ser enviados por e-mail, WhatsApp ou até mesmo estar disponíveis em sites clonados. Outra forma comum é adulterar boletos verdadeiros, modificando os dados do código de barras.

Como evitar:
Antes de pagar qualquer boleto, confira com atenção os dados do beneficiário: nome, CNPJ, banco e valor. Ao usar aplicativos de banco ou caixas eletrônicos, essas informações aparecem na tela antes da conclusão do pagamento. Se o nome exibido não for o da empresa certa, cancele a operação. Evite copiar e colar códigos de barras enviados por mensagem e, na dúvida, entre em contato com o emissor da cobrança.

Golpe da devolução do empréstimo

Como é:
O golpista contrata um empréstimo em nome da vítima, usando seus dados pessoais, e faz com que o valor caia na conta verdadeira da vítima. Em seguida, entra em contato, se passando por funcionário da instituição financeira, e diz que houve um erro na liberação do crédito, pedindo que o valor seja devolvido via Pix ou boleto. A vítima, acreditando que houve de fato um engano, transfere o dinheiro, sem saber que se trata de um golpe.

Como evitar:
Nunca devolva valores que aparecem em sua conta sem antes falar diretamente com o banco pelos canais oficiais. Se o valor tiver sido depositado indevidamente, a própria instituição fará o estorno pelos meios corretos — jamais por transferências informais. Suspeitou? Não tome nenhuma ação até confirmar com seu gerente ou atendimento oficial.

Golpe da “mão fantasma”


Como é:
O criminoso liga se passando por funcionário do banco e informa que houve uma invasão na conta ou movimentações suspeitas. Para “resolver” a situação, ele orienta a vítima a instalar um aplicativo em seu celular, supostamente para segurança ou atendimento remoto. O que a vítima não percebe é que esse aplicativo dá ao golpista acesso total ao aparelho, permitindo que ele veja senhas, acesse o banco e até faça transferências.

Como evitar:
Nenhum banco pede que o cliente instale aplicativos de controle remoto. Ao receber esse tipo de orientação, desligue imediatamente e entre em contato com a instituição bancária por outro telefone, acessando o número oficial no site da empresa. Se tiver instalado algum app suspeito, desinstale-o imediatamente e altere todas as suas senhas.

Golpe do falso motoboy

Como é:
O golpe começa com uma ligação de alguém que se passa por funcionário do banco, dizendo que seu cartão foi clonado. O falso atendente pede que o cartão seja cortado e a senha seja digitada por telefone. Depois, informa que um motoboy virá buscá-lo para perícia. A vítima, acreditando na história, entrega o cartão cortado — mas com o chip ainda funcionando — e fornece a senha. O golpista então usa o chip para realizar compras.

Como evitar:
Bancos nunca pedem o envio de cartão, nem enviam motoboys à casa do cliente. Se receber esse tipo de pedido, desligue e ligue para o banco de outro telefone. Nunca forneça sua senha por ligação ou mensagem e, se suspeitar de algo, bloqueie o cartão pelo aplicativo oficial da instituição ou ligando diretamente para a central.

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Giovanna Peterlevitz
Giovanna Peterlevitz
Repórter no ACidade On Campinas. Tem experiência na cobertura de grandes factuais nacionais e internacionais, nas diversas áreas de jornalismo. Já atuou em direção de imagens, edição de vídeo, produção, reportagem, redação e edição de textos e também na apresentação de telejornais e programas de entrevista.
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