Um morador de Campinas foi vítima do golpe do falso leilão de carros e acabou perdendo R$ 111 mil. Ele estava em busca de um veículo para a sua família quando se deparou com um suposto site de leilões de veículos, que contava até mesmo com uma central de atendimento. No entanto, a empresa em questão era falsa e os golpistas enganaram a vítima. O caso foi registrado na Polícia Civil.
Segundo o relato da vítima, ele estava pesquisando por carros em sites especializados quando se deparou com uma propaganda de um leiloeiro. Ele acessou o site e realizou o cadastro. Os estelionatários entraram em contato com a vítima oferecendo uma venda direta, cobrando o valor mínimo que aparentava ser um bom negócio.
Os golpistas enviaram à vítima documentos que, inclusive, continham o brasão da República Federativa do Brasil e dados da Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp) com informações sobre o suposto leiloeiro. Esses documentos apresentavam endereços, CNPJ e nomes de representantes, porém tudo era falso.
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“Eles tinham sempre várias atendentes fazendo contato, eu ligava e eles retornava a mesma pessoa, então passava uma certa credibilidade. Chequei no Detran o Renavam, a placa do carro, ele tinha apenas quatro mil quilômetros, ou seja, o carro existia de fato” disse a vítima.
O morador disse que, após fazer o depósito, começou a desconfiar porque o site sumiu, e quando tentava se comunicar pelo telefone, os criminosos não atendiam mais.
Nos documentos falsos recebidos pelas vítimas o nome do leiloeiro era Guilherme Diniz Gestão de Negócios Ltda., com sede no bairro Santa Terezinha, em Paulínia. Mas no endereço não há nada, apenas um terreno baldio. Pelo CNPJ, aparece um outro endereço, em Piracicaba onde funciona um escritório de advocacia que não tem nenhuma ligação com a empresa que promoveu o golpe.
POLÍCIA
O delegado Luis Dias de Oliveira explica que esses tipos de golpistas tem cada vez mais se valido de documentação falsa, mas que trazem a vítima uma sensação de falsa segurança, induzindo a vítima ao erro e efetuando o depósito.
“Eles tem cada vez mais se valido de documentação falsa, mas que trazem a vítima uma sensação de falsa segurança. Isso tudo para induzir a vítima ao erro e efetuar o depósito dos valores que o golpista pretende”, disse o delegado.
O presidente da Jucesp, Marcio Shimonoto, afirmou que os leiloeiros de todo o Brasil são uma atividade delegada e todos devem estar registrados devidamente.
“É uma atividade que não pode ser exercida por pessoa jurídica, somente uma pessoa física do leiloeiro. Todos os leiloeiros oficiais caucionam um valor, que fica vinculado a ele. Caso ocorra algum erro, algum ilícito ou fraude, este valor que está caucionado é revertido para a vítima desde que este leiloeiro seja oficial”, explicou.
NOTAS
A SSP disse em nota que o caso citado é investigado como estelionato por meio de inquérito policial no 1° Distrito Policial de Valinhos e que mais detalhes serão preservados para garantir a autonomia do trabalho policial.
O Banco BMG, usado para realizar o depósito, disse também em nota que está contribuindo com os órgãos competentes que investigam o caso.
O escritório de advocacia que teve o endereço usado nos documentos falsos disse que irão registrar um boletim de ocorrência, pois desconhecem a empresa e que ela já tenha se estabelecido no endereço.
A Jucesp informou que não tem disponível um serviço para consulta de termo de arrematação, no entanto, existe um campo para consultar os leiloeiros oficiais cadastrados no site oficial (acesse aqui). No campo “tradutores e leiloeiros” é possível consultar os leiloeiros oficiais. O diretor da Jucesp orienta que, caso o nome do leiloeiro não conste no site, não faça nenhum depósito ou adiante valores.
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