Já pensou em trabalhar quatro dias por semana? A proposta, que já funciona em algumas empresas estrangeiras, foi adotada por uma agência de publicidade de Campinas. O sistema de redução de jornada semanal sem redução de salário foi iniciado em maio, como teste, na Agência Rezzolute, e tem funcionado até hoje.
Os diretores Flávio Beltrame e Mariah Skittberg contam que se inspiraram nessa tendência de mercado que começou em países europeus como Inglaterra, Bélgica e Espanha, principalmente a pós-pandemia de covid-19. Para isso, em Campinas, a carga semanal de 40 horas foi reduzida para 32, e não houve corte de benefícios, garantiram os sócios.
“Flexibilizar a carga horária de 40 para 32 horas semanais exigiu planejamento, orientações contábeis e jurídicas, mas o mais incrível foi ver os membros da equipe se organizando, super preocupados com as entregas. Isso mostrou para nós o nível de comprometimento da equipe”, disse Mariah.
A forma para isso dar certo foi criar um sistema de rodizio entre os trabalhadores da agência de Campinas – e os clientes não sentiram o efeito da redução na jornada (veja mais abaixo).
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A PANDEMIA
Os diretores contam que a redução da jornada de trabalho foi possível por conta da experiência gerada pela pandemia de covid-19. No período de isolamento social mais intenso, a equipe migrou integralmente para o home-office.
“Deu tão certo que deixou de fazer sentido sairmos de casa para trabalhar. Não temos nem escritório físico mais, o que nos gerou uma redução considerável de custos. Sem contar a qualidade de vida e o tempo livre que ganhamos. E o melhor, a produtividade do pessoal aumentou!”, revela Flávio.
Depois da experiência do trabalho remoto, os diretores decidiram que era hora de dar mais um passo: diminuir um dia de trabalho. Estudos indicam que além de aumentar a produtividade, trabalhar menos melhora a saúde física e mental e também evita síndromes causadas por estresse e esgotamento, como Pânico e Burnout.
E COMO FUNCIONA?
Por conta do bom planejamento, os clientes não foram impactados. Quando ficaram sabendo, o feedback foi que nem tinham percebido a mudança.
“Fizemos uma escala de rodízio para as folgas: uma turma fica sem trabalhar na sexta-feira e outra turma na segunda. Cada um tem um parzinho que assume as entregas para o colega poder descansar tranquilo e vice-versa”, explica Mariah, que além de ser diretora também cuida do atendimento aos clientes.
“Também criamos um senso de alerta e prevenção: estamos sempre focados em adiantar as entregas para não ter correria”.
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