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CotidianoJovem que relatou estupro diz ter sido desacreditada na delegacia

Jovem que relatou estupro diz ter sido desacreditada na delegacia

Influenciadora deu entrevista pela 1ª vez; Promotora relata gravidade das lesões

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Franciane Andrade esteve no “Encontro com Fátima Bernardes” (Foto: Reprodução/TV Globo)

A jovem de 23 anos que denunciou ter sido estuprada enquanto participava do rodeio de Jaguariúna deu a primeira entrevista sobre o caso nesta quinta-feira (9). 

Franciane Andrade participou do programa “Encontro com Fátima Bernardes”, da Rede Globo/EPTV, na manhã de hoje. Ela relatou o que lembrava da noite do ocorrido, diz ter sido desacreditada na delegacia ao prestar queixa e citou a preocupação da ginecologista ao ver as lesões em seu corpo. 

A denúncia de Franciane foi feita pela primeira vez por meio de redes sociais. No Instagram, ela contou que acordou na madrugada de domingo (28) depois de ter ficado um período inconsciente no show de sábado, no Rodeio de Jaguariúna. Ela diz que foi dopada ao ingerir bebida no camarote da festa. 

Durante o programa da Rede Globo, a jovem afirmou que conheceu as pessoas que a acompanhavam no evento horas antes. Segundo ela, não eram amigos próximos. 

“Eu lembro de entrar no ônibus, chegar na festa e colocar pulseirinha. Tinha muita gente, subimos para o camarote, gravando stories. A gente mesmo servia as bebidas. Eu desci para Pista Premiun, depois não lembro de mais nada”, disse Franciane. 

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DESACREDITADA NA DELEGACIA 

A influenciadora contou que começou a passar mal no domingo e procurou uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) juntamente com os pais. 

“Eu comecei a desconfiar depois que, no mesmo dia que aconteceu o fato, eu fui na UPA, que é um atendimento super-rápido. Estava passando mal, vomitando o tempo todo, meus pais foram comigo até a UPA. Na segunda à noite, comecei a sentir fortes dores no pé da barriga e na musculatura da vagina”, disse a jovem. 

A estudante contou a apresentadora Fátima Bernardes que ao procurar ajuda na delegacia, seu relato de ter sido dopada e estuprada foi desacreditado. Ela também reclamou da forma como o B.O (Boletim de Ocorrência) foi registrado. 

“Fui muito mal recebida na delegacia. Desacreditaram da minha palavra. Relataram o B.O. ali do jeito que a escrivã queria, não deu apoio nenhum. Depois que fui lá de novo, que souberam do relato do legista do IML, a delegada Gisele me ajudou muito, que é de Mogi Guaçu, e agradeço muito a ela também”, afirmou. 

GRAVIDADE DAS LESÕES 

A promotora e idealizadora do projeto Justiceiras, Gabriela Manssur, também participou do “Encontro”. De acordo com ela, o exame toxicológico não foi solicitado pela Polícia Civil e por isso, a jovem fez o teste dias depois, por via particular, com a ajuda do projeto.  

Promotora e idealizadora do Projeto Justiceiras, Gabriela Manssur (Foto: Reprodução/TV Globo)

O resultado, ainda conforme a promotora, constatou a presença da droga conhecida como “boa noite, Cinderela”, usada principalmente em casos de violência sexual, já que deixa a pessoa desorientada e sem consciência dos seus atos. 

“Isso foi importante, essa comprovação, porque nós conseguimos no último dia. Conversei com o médico psiquiatra que é especialista em álcool e droga, Artur Guerra, e ele disse que até o sexto dia daria para pegar qualquer tipo de substância”, alegou. 

Gabriela revelou ainda a preocupação da médica ginecologista que atendeu Franciele ao ver a gravidade das lesões que indicam violência sexual. 

“A ginecologista ficou impressionada com as lesões sexuais, que eram muito graves, apresentadas por uma menina que foi se divertir numa festa, cuja família estava aguardando ela em casa, e chegou estuprada e drogada”, disse.  

Os exames feitos pela vítima foram realizados com ajuda do projeto Justiceiras e encaminhados ao Ministério Público. Já o laudo do IML (Instituto Médico Legal) ainda é aguardado pela Polícia Civil.  

A Polícia Civil afirma também que ainda não recebeu os laudos destes procedimentos feitos de modo particular.

OUTRAS VÍTIMAS 

Ainda de acordo com a promotora, depois que o caso de Francielle veio à tona, outras vítimas entraram em contato com o projeto relatando que também teriam sido estupradas durante o rodeio. Entretanto, elas não quiseram registrar o boletim de ocorrência. 

A Polícia Civil diz que nenhuma outra denúncia chegou ao conhecimento da corporação.  

Programa “Encontro com Fátima Bernardes” desta quinta-feira (Foto: Reprodução/TV Globo)

A INVESTIGAÇÃO 

O caso é investigado em segredo de justiça pela Delegacia de Jaguariúna. A Polícia Civil informou que está analisando as imagens do sistema de monitoramento da cidade e das 53 câmeras de segurança do Rodeio de Jaguariúna, que foram disponibilizadas pela organização do evento. 

Até o momento, seis pessoas foram ouvidas pela Polícia Civil. Duas mulheres e dois homens que estiveram com Franciane no rodeio, além de duas mulheres que estiveram com a influenciadora antes e depois da festa. 

POSIÇÃO DA ORGANIZAÇÃO 

A organização do Rodeio de Jaguariúna informou que o rodeio aguarda a conclusão das investigações e segue à disposição da Polícia Civil. 

“Na segunda-feira (6), o corpo jurídico do evento conversou com a advogada de Franciane e também se colocou à disposição para que tudo seja esclarecido. Todo o material foi fornecido às autoridades policiais, que avaliaram imagens das 53 câmeras espalhadas pelo recinto para que fosse possível reconstituir o episódio e identificar os culpados. O evento contava com um efetivo de mais de 400 seguranças treinados e com registro na Polícia Federal para preservar a integridade dos clientes”, traz a nota.

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