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CampinasCotidianoJustiça suspende discussão de venda de 35 áreas de pesquisa no estado de SP; entenda

Justiça suspende discussão de venda de 35 áreas de pesquisa no estado de SP; entenda

Suspensão foi deferida nesta sexta-feira (11), após convocação realizada no início da semana pelo governo do Estado; três unidades listadas estão em Campinas

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O TJ-SP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo) suspendeu, nesta sexta-feira (11), a audiência pública que iria discutir a venda de 35 áreas de pesquisa no estado de São Paulo, ligadas à secretaria de Agricultura e Abastecimento. O governo do estado de São Paulo convocou no início desta semana a comunidade científica a participar do encontro, que aconteceria na próxima segunda-feira (14), para discutir sobre a alienação total ou parcial das unidades, sendo três delas em Campinas.

O comunicado foi publicado no Diário Oficial do Estado e se direcionava a pesquisadores da Apta (Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios) e dos Institutos de Zootecnia, Biológico, Pesca, Agronômico e da Apta Regional.

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Porém, em Ação Civil Pública movida pela APqC (Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo), a 15ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de São Paulo decidiu pela suspensão da audiência. A entidade argumenta que a Constituição do Estado exige que o Poder Legislativo seja consultado sobre eventual projeto de venda de áreas de pesquisa.

“Ao menos em sede preliminar, não consta que o Poder Legislativo tenha aprovado o pedido de alienação proposto pelo Poder Executivo”, disse a juíza Gilsa Elena Rios ao conceder a medida, que cabe recurso.

Cientistas se posicionam contra venda de áreas de pesquisa

O comunicado de convocação foi alvo de críticas por parte da comunidade científica. Após a publicação, a APqC divulgou uma nota que afirma que a venda de fazendas experimentais compromete a segurança alimentar da população.

De acordo com a associação, as áreas listadas são referência há décadas pelos estudos realizados pelos institutos públicos de pesquisa ligados à secretaria de Agricultura e Abastecimento.

“A segurança alimentar das próximas gerações depende do investimento que fazemos hoje em pesquisa e inovação, e o Estado de São Paulo sempre esteve na vanguarda do conhecimento. Sem áreas de experimentação, não é possível testar e validar soluções que garantam produtividade, adaptação climática e sustentabilidade”, afirma Helena Dutra Lutgens, presidente da APqC.

Apesar das unidades listadas pelo governo não estarem especificadas, a associação afirma que uma delas seria a Fazenda Santa Elisa, em Campinas, referência em pesquisas do IAC (Instituto Agronômico de Campinas). Nela são realizados diferentes estudos e uma das áreas cobiçadas para venda abriga parte do maior banco de germoplasma de café do mundo e um dos mais importantes do mundo, de acordo com a APqC.

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A associação defende que o Estado reforce os investimentos em ciência e tecnologia, especialmente em um contexto de emergência climática. Segundo a entidade, estudos desenvolvidos em fazendas experimentais são fundamentais para enfrentar problemas como a escassez hídrica, a contaminação de mananciais e o aumento da temperatura em diferentes regiões paulistas.

Por que audiência foi suspensa?

Na decisão, a juíza Gilsa Elena Rios pontua que “falta clareza quanto a identificação das áreas afetadas, isso é, se a alienação será total ou parcial; como foi realizado o cálculo para fixar o preço de venda; como será a preservação de toda produção científica dos institutos afetados; qual estudo econômico realizado que ensejou a alienação e se as áreas envolvidas estão sob regime de proteção permanente”.

A liminar também cita o local escolhido pela Secretaria para realizar a audiência, que seria o Salão Nobre da Pasta, teria capacidade para abrigar 150 pessoas, “enquanto a comunidade científica é composta por mais de 600 membros, que teriam sido convocados para participarem da audiência pública”.

A Justiça determina ainda que, na contestação, o Estado apresente autorização do Legislativo para a venda, além de:

  • Especificar as áreas afetadas com a metragem, mapas e respectivas divisas;
  • Se a alienação será total ou parcial;
  • Como foi realizado o cálculo para fixar preço de venda; como será a preservação de toda a produção científica dos institutos afetados;
  • Qual estudo econômico realizado que ensejou a alienação;
  • Se as áreas envolvidas estão sob regime de proteção permanente.

Cidades com áreas listadas pelo governo de SP para venda

O comunicado de convocação no Diário Oficial do Estado lista 35 áreas espalhadas por cidades paulistas mas não informa a localização exata de cada uma. Os municípios presentes na lista, com a respectiva quantidade de espaços listados, são:

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  • São Roque (1)
  • Iguape (1)
  • Peruíbe (1)
  • Campinas (3)
  • Nova Odessa (8)
  • Mococa (1)
  • Monte Alegre do Sul (1)
  • Piracicaba (1)
  • Ribeirão Preto (2)
  • Tietê (1)
  • Sertãozinho (1)
  • Jaú (1)
  • Ubatuba (1)
  • Gália (1)
  • Itararé (1)
  • Palmital (1)
  • Dois Córregos (1)
  • Registro (1)
  • Cananéia (2)
  • Pirassununga (1)
  • Jundiaí (1)
  • Itapetininga (1)
  • Pindamonhangaba (1
  • Tatuí (1)

O que diz o governo de SP?

A Secretaria de Agricultura e Abastecimento (SAA) vai recorrer da decisão liminar proferida hoje (11). A Pasta já havia convocado a comunidade científica para apresentar as áreas a serem desmembradas. A proposta, assim como prevê a legislação vigente, também será alvo de análise da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo.

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Vitória Silva
Vitória Silva
Repórter no ACidade ON Campinas. Formada em Jornalismo pela Unesp, tem passagem pelos portais Tudo EP e DCI, experiência em gravação e edição de vídeos, produção sonora e redação de textos, com maior afinidade com temas que envolvem cultura e comportamento.

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