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CotidianoMoraes manda intimar Cremesp por pedir dados de pacientes que realizaram aborto legal na Unicamp

Moraes manda intimar Cremesp por pedir dados de pacientes que realizaram aborto legal na Unicamp

Mandado de intimação foi divulgado nesta quarta-feira (4); governos do Estado e Prefeitura de São Paulo também devem prestar esclarecimentos

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O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, determinou que o presidente do Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) seja intimado para que explique as circunstâncias que justificaram a requisição excepcional de acesso ao prontuário de pacientes que realizaram aborto legal no Caism (Centro de Assistência Integral à Saúde da Mulher), da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).   

O mandado de intimação foi publicado nesta quarta-feira (4) e foi dado o prazo de cinco dias para manifestação, contados a partir do dia do despacho, que foi proferido ontem (3). O atual presidente do Cremesp é o médico Angelo Vattimo.  

A decisão de Moraes acontece após o jornal Folha de S. Paulo divulgar uma reportagem informando que o conselho teria solicitado ao Caism o prontuário de todas as pacientes que fizeram aborto legal na instituição nos últimos 12 meses.  

O ministro do STF mandou intimar, ainda, os governos do Estado e Prefeitura de São Paulo para que informem, também no prazo de cinco dias, sobre a eventual entrega dos dados sensíveis em referência ao Cremesp.   

“Caso os dados não tenham sido compartilhados, ficam os entes cientificados, desde logo, sobre a proibição de fornecerem dados pessoais constantes de prontuários médicos de pacientes que realizaram aborto legal”, disse o ministro.   

Entenda o caso envolvendo o Cremesp e o Caism da Unicamp  

As determinações do ministro Alexandre de Moraes acontecem no âmbito da ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) 1141, protocolada em abril pelo PSOL, na qual o partido questiona uma resolução do CFM (Conselho Federal de Medicina) que proíbe a utilização de técnica clínica para a interromper de gestações acima de 22 semanas decorrentes de estupro.  

No mês passado, o MPF (Ministério Público Federal) já havia iniciado uma investigação contra o Cremesp sobre o vazamento de dados de médicos que realizaram abortos legais no estado. Essa medida atinge também a Prefeitura de São Paulo, uma vez que a secretaria de Saúde da cidade teria copiado prontuários médicos e os compartilhado com a entidade.  

Já no dia 29 de novembro, uma matéria da Folha elucidou que o prontuário das pacientes que realizaram aborto legal pelo Caism da Unicamp havia sido solicitado pelo Cremesp. Em documento obtido pela reportagem, o órgão afirmava que o requerimento era parte de uma ação de fiscalização.   

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O Caism teria recebido um médico fiscal do conselho em 12 de novembro. A estrutura física do local, a abrangência do serviço de aborto legal, dados cadastrais do hospital e alvará foram avaliados na ocasião. O relatório final indica que o centro “cumpre rigorosamente a legislação referente ao abortamento legal”, segundo a Folha.   

O que diz o conselho?  

Em nota publicada na segunda-feira (2), o Cremesp reafirmou que “todas as suas ações seguem estritamente o amparo legal e têm como objetivo garantir o cumprimento das normativas que regem a medicina”.   

Segundo o conselho, a fiscalização no Caism ocorreu no âmbito do Programa Aborto Legal, que visa apurar, de forma integral, a regularidade da execução da iniciativa, verificando tanto o cumprimento quanto o eventual descumprimento das normas estabelecidas. A análise abrange a estrutura, a documentação e a qualidade das práticas médicas, assegurando que estejam alinhadas aos princípios éticos, legais e técnicos exigidos por lei, ainda conforme o Cremesp.   

“É imperativo destacar que qualquer tentativa de obstrução ou bloqueio às etapas de fiscalização será tratada como suspeita grave e poderá levar à instauração de procedimentos éticos e legais contra os responsáveis. O Cremesp não medirá esforços para denunciar e processar, nas esferas competentes, aqueles que tentarem impedir o cumprimento de suas atribuições legais. A autonomia conferida pela lei aos conselhos de medicina é um pilar essencial para a preservação da ética e do prestígio da profissão médica, e será defendida de forma intransigente contra qualquer tentativa de interferência”, finaliza a nota.   

A reportagem do acidade on pediu uma posição do Cremesp sobre o mandado de intimação do ministro Alexandre de Moraes, mas não houve retorno até o momento de publicação desta matéria. 

Caism da Unicamp

Inaugurado em março de 1986, o Caism da Unicamp consolidou-se como referência para o ensino, a pesquisa e a assistência altamente especializada à saúde da mulher e do recém-nascido, sempre atendendo por meio do SUS (Sistema Único de Saúde). A região de abrangência do Caism no estado de São Paulo engloba 42 municípios e quase cinco milhões de pessoas, sem contar as milhares de pacientes de outras regiões que buscam o hospital todos os anos.  

Concebido como um hospital universitário, o Caism também é um campo de ensino para estudantes de cursos dos mais variados níveis, incluindo técnicos, de graduação, pós-graduação, residência, especialização e aprimoramento. O hospital recebe alunos da Faculdade de Ciências Médicas e da Faculdade de Enfermagem da Unicamp, mas também de muitas outras instituições de ensino públicas e privadas de toda a Região Metropolitana de Campinas, incluindo Universidades, Faculdades e Escolas Técnicas. 

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Vitória Silva
Vitória Silva
Repórter no ACidade ON Campinas. Formada em Jornalismo pela Unesp, tem passagem pelos portais Tudo EP e DCI, experiência em gravação e edição de vídeos, produção sonora e redação de textos, com maior afinidade com temas que envolvem cultura e comportamento.
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