Morreu no último sábado (5), aos 101 anos, o cineasta e fundador do MIS (Museu da Imagem e do Som) de Campinas, Henrique de Oliveira Júnior. O corpo foi sepultado ontem (6) no Cemitério de Sousas.
O cineasta estava internado havia 15 dias na Casa de Saúde de Campinas, após ter se recuperado de um quadro de covid-19.
Em nota, a Prefeitura de Campinas lamentou o falecimento de Henrique. “É com pesar que informamos que faleceu um dos fundadores do Museu da Imagem e do Som de Campinas. Rendemos a ele nossa gratidão, admiração, homenagem e a família/amigos nossas condolência”, disse o pesar.
“Ele foi e sempre será uma figura importante não somente da cena cultural campineira, mas do Brasil, pela sua criatividade, inventividade e por transitar com maestria pela fotografia e cinema. Um verdadeiro gênio! O MIS prestará homenagens em gratidão por tudo que ele representa para o audiovisual de nosso país!”, declarou o chefe do MIS, Alexandre Sonego.
HOMENAGEM
Um curta-metragem em homenagem a Henrique foi produzido pelo produtor Marcos Craveiro O documentário, denominado “Henrique de Oliveira Júnior – Memórias em Celulóide”, tem 14 minutos e mostra a trajetória do fundador do MIS, que tem 89 anos e grande parte deles dedicados à paixão pela sétima arte.
O documentário mostra fotos da época e trechos restaurados de alguns de seus trabalhos. A produção do filme recebeu convite para que a obra faça parte do acervo de filmes da Cinemateca Brasileira.
HISTÓRIA
Cineasta com mais de 80 filmes e trabalhos premiados em festivais no Brasil e no exterior, Henrique começou cedo, aos 14 anos, como assistente de operador de cinema no antigo Cine Coliseu, que ficava no Largo Carlos Gomes.
Henrique fez parte do ciclo campineiro do cine clube universitário realizando o filme “O Artista”, em 1967, e vários trabalhos de registro de época em 16mm e super 8 mm.
Henrique fez parte do ciclo campineiro do Cine Clube Universitário, realizando o filme “O Artista”, em 1967, e vários trabalhos de registro de época em 16 milímetros e super 8 milímetros.
Em 1969, realizou um de seus mais importantes trabalhos, o curta de 90 segundos intitulado “Ser”, que levou um dos principais prêmios de obras em 16 mm do Festival de Cinema do Jornal do Brasil, no Rio de Janeiro.
Em 1978 realizou, juntamente com a equipe Pesquisa Oito e Bernardo Caro na direção, o filme “Tabela”, que ganhou mais de 25 prêmios nacionais e internacionais e participou da bienal de São Paulo.
Em 1955, restaurou uma cópia do primeiro longa-metragem feito em Campinas, “João da Mata”, de 1923. Em 1981, a pedido do cinegrafista Thomas de Túllio, de “João da Mata”, então com 82 anos, reconstruiu a câmera éclair, uma das primeiras filmadoras de todo o mundo, usada no filme. Hoje, ela está no MIS de campinas.
Entre seus trabalhos significativos ainda está a construção de um projetor de 35 mm com mais de 900 peças que o cineasta fez sozinho e outro de 16 mm.
Em 1977, fundou o Museu da Imagem e do Som em Campinas.