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CotidianoMorte de ganhador da Mega-Sena: polícia prende novo suspeito e acha carro usado no crime

Morte de ganhador da Mega-Sena: polícia prende novo suspeito e acha carro usado no crime

Com a nova prisão, até agora quatro pessoas já foram presas por envolvimento no assassinato do milionário de Hortolândia

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Carro usado no crime foi localizado, com arma dentro (Foto: Divulgação Polícia)
Carro usado no crime foi localizado, com arma dentro (Foto: Divulgação Polícia)

A Polícia Civil informou nesta sexta-feira (7) que prendeu um novo suspeito investigado por participação na morte de Jonas Lucas Alves Dias, de 55 anos, morador de Hortolândia que ganhou R$ 47,1 milhões na Mega-Sena em 2020. Com a nova prisão, até agora quatro pessoas já foram presas por envolvimento no assassinato do milionário. O carro usado no sequestro da vítima também foi localizado

Segundo a Polícia Civil, o homem detido hoje tem 22 anos é um quinto e novo suspeito do assalto. Até então, a corporação havia divulgado uma lista com quatro investigados pelo crime. Destes, estão presos Roberto Jefferson da Silva, apelidado de “Gordão”, Rebeca e Rogério de Almeida Spínola. O quarto suspeito, Marcos Vinicyus Sales de Oliveira, ainda permanece foragido.

A prisão aconteceu na em Campinas, no Jardim São Jorge. Segundo a polícia, no local foi encontrado também o veículo usado no sequestro da vítima.

“Foi dado cumprimento, pela 3ª Delegacia de Homicídios ao mandado de busca e apreensão na residência de M. V. F. S. O mesmo é investigado pela participação no crime de extorsão mediante sequestro seguida de morte de Jonas Lucas Alves Dias. No local foi localizado o veículo Ford Fiesta, de cor preta, utilizado no sequestro da vítima”, informou em nota o Deinter 9, departamento responsável pelas investigações.

 

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O veículo apreendido foi flagrado pelas câmeras de segurança localizadas no local do sequestro. Dentro do carro, foi localizado um revólver calibre 38, com numeração suprimida. Segundo a polícia, o investigado foi preso em flagrante delito pelo crime de posse ilegal de arma de numeração suprimida e vai responder também por participação no homicídio.

Ele foi encaminhado para a carceragem da Delegacia Participativa de Piracicaba. O veículo e o aparelho de telefone celular do investigado foram apreendidos e serão submetidos à exame pericial.

O CRIME 

O crime aconteceu no dia 14 de setembro, em Hortolândia. Jonas Lucas Alves Dias, de 55 anos, morreu após ser espancado pelos criminosos. O milionário ficou 20 horas com os bandidos antes de ser morto, de acordo com a Polícia Civil. Ele foi sequestrado no dia 13 e encontrado com sinais de espancamento às margens da Rodovia dos Bandeirantes (SP-348) no dia 14 de setembro. A vítima chegou a ser encaminhada para o Hospital Mário Covas em Hortolândia, mas não resistiu aos ferimentos. Jonas não era casado e não tinha filhos.

Durante o período em que ficou sob poder dos criminosos, cerca de R$ 20 mil foram retirados de suas contas. Houve a tentativa de transferência de R$ 3 milhões, que não foi aprovada pelo banco. De acordo com a delegada, dois carros participaram do sequestro de Jonas. Uma caminhonete prata, que era dirigida por Marcos, e um veículo de passeio preto, que era dirigido por Gordo. Segundo a Polícia Civil, os bandidos sabiam da condição financeira da vítima.

ÁUDIOS

Áudios obtidos pela Polícia Civil, e divulgados pelo Fantástico, expõem o momento em que Jonas solicitou a transferência de R$ 3 milhões, antes de ser morto por criminosos em Hortolândia. Imagens também mostraram o morador em uma padaria e caminhando antes de ser sequestrado.

Os áudios foram encaminhados pela vítima para a gerente do banco, pedindo a liberação do dinheiro. O pedido foi feito enquanto Jonas estava sequestrado e sob o poder de uma quadrilha, que tentava extorquir dinheiro da vítima. Ao todo, Jonas passou cerca de 20h em poder dos criminosos. “Não chegou nada do comprovante, consegue agilizar isso pra mim? Tô aqui na fazenda, preciso fechar isso hoje”, disse em áudio o milionário.  

A solicitação não foi aceita por funcionários do banco, que desconfiaram do pedido. Segundo a polícia, testemunhas relatam que a voz de Jonas já não estava normal. 

EXTREMA VIOLÊNCIA

De acordo com a delegada responsável pelo caso, a investigação aponta ainda que Jonas foi vítima de extrema violência, e o crime é investigado como extorsão seguida de homicídio.

“Esses veículos (os carros vistos em imagens) o abordaram e o levaram. No local onde ele foi abordado, ficou caído o chinelo e o boné dele, tendo em vista a violência ali que ele foi arrebatado, na verdade, e sequestrado. E como foi utilizada muito a violência com a vítima que foi encontrada, já desacordada e com muitos ferimentos na região da face. A gente acredita, então que foi uma extorsão, seguida de morte, e não um roubo”, afirmou Juliana Ricci, delegada titular da Deic de Piracicaba.

TRAJETO

Imagens divulgadas pela Polícia Civil também detalham o trajeto de Jonas antes de ser sequestrado pelo grupo no último dia 12 de setembro. As imagens mostram o morador em uma padaria e caminhando antes de ser sequestrado, como sempre fazia. Segundo familiares, Jonas saía de casa todos os dias entre 5h30 e 6h e seguia até uma padaria do bairro. No dia do crime, imagens de câmeras do estabelecimento mostram ele no local, onde compra pães, um suco de laranja e uma esfirra e sai.

Após deixar os pães com a irmã, o morador sai para caminhar novamente, quando novamente é filmado por uma câmera de monitoramento em uma rua. Os vídeos também mostram o carro de um dos criminosos passando por ele. Outra imagem mostra os dois veículos suspeitos circulando pelo bairro. A polícia acredita que a vítima foi abordada em seguida.

Os dois automóveis seguiram para Campinas e em uma agência da Caixa Econômica Federal foram feitas imagens de um carro preto e um dos suspeitos entrando no local por volta das 8h30. O suspeito que entrou na agência estava com o cartão da vítima e fez dois saques de R$ 1 mil. Ele também liberou o aplicativo do banco no celular e fez uma transferência de R$ 18,6 mil para a conta de Rebeca.

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