O MP (Ministério Público) se manifestou favorável aos pedidos de prisão preventiva de três suspeitos do assassinato do presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Campinas, Nilton Aparecido de Maria.
De acordo com a Polícia Civil, as solicitações foram feitas porque os envolvidos não estariam colaborando com as investigações. Depois do aval do MP, a expectativa é que os pedidos sejam analisados nos próximos dias pelo Poder Judiciário.
A apuração aponta que o crime, em 26 de janeiro, foi encomendado e teria custado R$ 5 mil. Os investigadores confirmaram ainda a identificação de dois mandantes e do executor. Um dos membros da chapa do sindicalista estava envolvido.
SETE SUSPEITOS
Além dos mandantes, a investigação identificou ainda um intermediário para indicar o autor do assassinato. A polícia disse que duas pessoas executaram o crime, e a mãe de um deles ajudou a queimar o veículo que foi usado na abordagem.
No dia do crime, um homem atirou contra a vítima e o outro deu apoio, sem sair do carro. No dia seguinte, o automóvel usado pelos criminosos no plano foi queimado. O atirador, segundo a Polícia Civil, já era procurado por outros crimes.
Apesar de identificados, a mulher e os outros três homens envolvidos não tiveram a prisão preventiva solicitada porque estão colaborando com as investigações.
Dos R$ 5 mil movimentados, R$ 4 mil foram pagos ao autor. O intermediário recebeu R$ 1 mil e o outro homem recebeu R$ 150 para queimar o carro.
O QUE SE SABE
A investigação aponta que crime foi premeditado há cerca de um ou dois meses. Segundo a apuração, a maior parte dos investigados é de Campinas e apenas um é de Sumaré. Este, inclusive, fazia parte da chapa da vítima e compunha o sindicato. Ele teria ficado chateado com o fato de ter sido retirado da direção.
O CRIME
Nilton Aparecido de Maria foi assassinado na manhã do dia 26 de janeiro, em Campinas.
Segundo familiares, por volta das 7h um carro estacionou em frente à casa, na Rua Comandante Herculano Gracioli, no Residencial Genesis, com criminosos anunciando um assalto.
Os integrantes do carro pediram para que a esposa de Milton entrasse na casa, e em seguida ordenaram que a vítima virasse de costas. Nilton foi morto com um tiro na nuca.
A família relata que, desde quando foi eleito, Nilton recebia ameaças de morte. Ele estava na presidência do sindicato desde agosto de 2021.
Após o assassinato, motoristas de ônibus do transporte público de Campinas e região fizeram uma paralisação. De 200 linhas da cidade, 110 ficaram paralisadas. Motoristas também acabaram bloqueando a Avenida João Jorge e a região do Viaduto Cury, na área central, durante o começo da manhã.