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CotidianoMP também investiga caso de racismo contra aluno em escola particular de Valinhos

MP também investiga caso de racismo contra aluno em escola particular de Valinhos

Advogado de defesa afirma que manifestação foi distorcida; caso foi registrado como injúria racial

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MP investiga caso de racismo contra aluno em Valinhos (Foto: Divulgação/MPSP)
MP investiga caso de racismo contra aluno em Valinhos (Foto: Divulgação/MPSP)

O MP (Ministério Público) também vai investigar os ataques racistas sofridos por um aluno do Colégio Visconde de Porto Seguro, em Valinhos. Segundo a mãe da vítima, o aluno do Colégio Visconde de Porto Seguro foi colocado em um grupo de WhatsApp onde foram enviadas mensagens racistas, xenofóbicas, gordofóbicas e com referências ao nazista Adolf Hitler e o fascista italiano Benito Mussolini.

A SSP (secretaria de Segurança Pública) afirmou que a injúria racial foi registrada na Diju (Delegacia de Polícia da Infância e da Juventude) de Campinas. “Após as medidas de polícia judiciária o caso foi encaminhado ao Poder Judiciário e segue em fase processual no Fórum de Valinhos. Detalhes serão preservados em decorrência do sigilo nas investigações e por envolver menor de idade”, disse em nota.

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O QUE DIZ A DEFESA

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O advogado dos alunos apontados como supostos autores dos ataques, Ralph Tórtima Filho, afirmou que há distorções na denúncia relatada no boletim de ocorrência. De acordo com o advogado, as mensagens com conteúdo racista não foram destinadas ao estudante negro e sim a outra pessoa, em outro contexto.

 

“Houve um fato anterior, envolvendo um youtuber, fora completamente do contexto desse grupo, e nessa circunstância houve a ofensa. Aí alguém transportou esse texto para esse grupo e outras tantas postagens inadequadas foram feitas. Mas não houve o direcionamento por nenhum aluno da escola de mensagem com conteúdo racial a qualquer outro aluno”, disse.

 

Ainda segundo Tórtima, a mensagem enviada “pode configurar a injúria racial”, mas não foi direcionada ao estudante que se colocou como vítima na denúncia e sim a uma pessoa que ainda não fez nenhuma queixa relacionada a ataques racistas.

Além disso, o advogado fez uma representação ao Ministério Público de Valinhos para criticar a divulgação de imagens e dados pessoais dos adolescentes, a qual ele entende como inadequada. Ainda segundo o defensor, os alunos autores das mensagens, que têm entre 13 e 15 anos, já teriam sido suspensos por cinco dias, o que não é confirmado pela escola. No entanto, a família do estudante pede a expulsão deles.

 

“Estamos pedindo uma perícia forense para evidenciar essa distorção. Esse grupo era um grupo muito aberto, com alunos de diversas escolas, e foram inúmeras as postagens que eles fizeram. Claro que são postagens inadequadas e que já mereceram e estão merecendo a repreensão dos pais desses garotos”, finaliza.

 

O CASO

Entre as mensagens enviadas no grupo estava o seguinte: “Quero que esses nordestinos morram de sede”. Outra pessoa compartilhou uma imagem com Hitler e os dizeres “se ele fez com judeus, eu faço com petistas também”. Após ser adicionado no grupo e questionar as imagens, o aluno negro foi excluído.

Mensagens foram divulgadas em um grupo de WhatsApp (Foto: Reprodução EPTV)
Mensagens foram divulgadas em um grupo de WhatsApp (Foto: Reprodução EPTV)

 

Na manhã de terça-feira (1º), o jovem fez uma manifestação na escola em que frequenta. Em cima de uma mesa e com megafone na mão, ele disse que ninguém vai aceitar preconceito. “Pra todos esses alunos que fizeram esses comentários, é expulsão neles. Eles não podem ficar nesta mesma escola”, disse durante o ato acompanhado de amigos.

À reportagem da EPTV Campinas, o jovem afirmou que criou coragem para protestar por não se sentir confortável em estudar em uma escola em que pessoas fazem referência a nazistas. “A gente não se sente confortável na mesma escola de racistas, de nazistas. A gente fez esse protesto para exigir que isso aconteça mesmo e para não abafar o caso. Para não deixar as pessoas esquecerem. As pessoas têm que lembrar”, disse.

A vítima das agressões preconceituosas afirma que se revoltou e que sente vontade de lutar para que isso acabe. “Eu sinto raiva. Às vezes você até se sente culpado. É algo revoltante. Você quer lutar, não importa o quanto você se esforce, não importa se você não vai dormir, você quer lutar, você quer que isso acabe”.

INVESTIGAÇÃO

A Secretaria da Justiça e Cidadania, por meio da CPPNI (Coordenação de Políticas para População Negra e Indígena), abriu na quinta-feira (03) um expediente de investigação para apurar o caso de racismo contra um adolescente de 15 anos, em Valinhos. Em nota, a pasta disse que, em casos de discriminação raciais, a punição prevista pode chegar a uma multa no valor de R$ 95 mil.

Além disso, o processo administrativo pode ser aberto mesmo sem a denúncia da vítima. “Na ocorrência de atos discriminatórios, a Secretaria de Justiça e Cidadania, mesmo tendo tido ciência destes atos pela mídia, possui a prerrogativa de iniciar, de ofício, um processo administrativo contra os agressores, visando a sua devida apuração, independentemente de denúncia formal por parte das vítimas”, disse em nota.

“São Paulo não tolera a intolerância. A CPPNI, da Secretaria da Justiça e Cidadania, já está no caso para apurar, com seriedade, o que aconteceu. E o que mais chama nossa atenção são os números de denúncias, que vêm crescendo vertiginosamente nos últimos anos: em 2022, até aqui, já foram 336; em 2021, 155, e, em 2020, 49 casos”, comenta o secretário Fernando José da Costa.

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