Uma moradora do Jardim Campos Elíseos, em Campinas, colocou cacos de vidro na calçada do vizinho, sem autorização, para evitar que moradores em situação de rua dormissem no local. O proprietário do terreno registrou boletim de ocorrência e o caso é investigado pela Polícia Civil.
Os cacos forram colocados na Rua Justiniano de Melo Franco no último domingo (5). A mulher, moradora da casa ao lado do terreno, teria ficado incomodada com pessoas dormindo no espaço e colocou cacos de vidro para evitar a parada das pessoas na calçada.
Os cacos foram colocados na extensão do terreno, que pertence a uma empresa. Em imagens feitas pela EPTV Campinas, é possível ver que os pedaços de vidro foram inseridos no concreto, de forma pontiaguda, impedindo até a passagem pelo trecho da calçada.
CRIME
O delegado José Henrique Ventura, responsável pelo Deinter 2 (Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior), afirma que a mulher cometeu um crime e pode ser responsabilizada.
“O trecho de passeio é público, e ela ao fazer isso não atinge só às pessoas que quer atingir, ela atinge todos que transitam por ali, expondo a risco a saúde das pessoas. Ela não poderia fazer nem no dela, nem no de terceiros. Aliás, muito menos no de terceiros. É um crime que dá de três meses a um ano de detenção”, afirmou.
A mulher foi procurada pela reportagem, mas não se pronunciou até o momento.
MEDO DE ACIDENTES
Os vidros foram cimentados em um trecho atrás do galpão e o proprietário do terreno foi avisado na última segunda-feira (6) sobre a obra irregular. Ele sinalizou o local colocando faixas para tentar evitar que pessoas não se machuquem ao passar pelo trecho.
As faixas levam os dizeres “obra irregular realizada pela vizinha”, citando o número da casa ao lado.
O gerente da empresa do terreno conta que já procurou um advogado e tem receio de ser responsabilizado pela obra irregular. Ele disse que a mulher já vinha reclamando de pessoas que paravam no trecho desde dezembro, pedindo providências.
“Ela fala da segurança dela, mas está na via pública, eu não posso fazer nada”, disse Renato Correia. “Acho uma coisa absurda, é inapropriado fazer uma coisa dessa, triste demais”, acrescentou.