Durante o Outubro Rosa, mês dedicado à saúde da mulher, pacientes de Campinas têm enfrentado dificuldades para conseguir atendimento ginecológico na rede pública. Em visita a unidades básicas de saúde, a reportagem encontrou postos sem médicos, agendas suspensas e consultas disponíveis apenas para o ano que vem.
A equipe da EPTV tentou contato telefônico com diversas unidades durante os últimos dias. Em praticamente todas as ligações, ninguém atendeu. Apenas o posto de saúde do Jardim Eulina respondeu, informando que o agendamento de consultas ginecológicas só será possível a partir de janeiro de 2026.
No posto de saúde do bairro Santa Odila, a agenda está fechada porque a ginecologista responsável saiu de férias. Segundo funcionários, os atendimentos só devem ser retomados no fim do mês, quando a profissional retornar.
A situação é ainda mais grave no posto do bairro Jardim Capivari, que está sem ginecologista há mais de três anos. As pacientes precisam passar primeiro por uma triagem com enfermeiros, que encaminham os casos para outras unidades, como a do Tancredo Neves.
A dona de casa Conceição Ferreira, moradora que frequenta o posto do Jardim Capivari, relata a dificuldade para conseguir atendimento.
– Fazem mais de três anos que procuro atendimento, ficam mandando os pacientes para outros postos, muita vezes gente que não tem condições.
Falta de prevenção preocupa especialistas
Segundo especialistas, a instabilidade no atendimento básico compromete a detecção precoce de doenças graves, explica o ginecologista Casimiro Reis.
Com certeza (a não consulta), prejudica muito. Não só para a mulher em relação ao cancer, mas também em relação ao pré-natal, é fundamental o acompanhamento para previnir uma série de problemas.
O que diz a Prefeitura
A secretaria de Saúde de Campinas informou, em nota, que a falta de ginecologista no Centro de Saúde Capivari é pontual. Segundo a pasta, as consultas que necessitam de atendimento em ginecologia estão sendo encaminhadas para o Centro de Saúde Tancredão.
Em relação à ausência de profissionais durante o período de férias da ginecologista que atua no Centro de Saúde Santa Odila, a secretaria explicou que os atendimentos de urgência e emergência de todos os médicos que entram em férias são garantidos. Já as consultas de rotina ficam suspensas até o retorno do profissional.
A administração também afirmou que o tempo de espera para atendimentos varia de acordo com cada unidade de saúde. Atualmente, nove médicos estão em processo de contratação, cinco deles são ginecologistas.
Por fim, a secretaria informou que os atendimentos podem ser agendados pelo telefone 160 e que as informações sobre cada unidade são disponibilizadas pelos respectivos canais de WhatsApp.
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