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CotidianoNova vacina da dengue chega na semana que vem; veja valor

Nova vacina da dengue chega na semana que vem; veja valor

Campinas registrou o segundo óbito pela doença na última quarta-feira (21); veja número de casos na cidade

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Aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em março, a vacina contra a dengue da farmacêutica japonesa Takeda deve estar disponível nas clínicas privadas de vacinação a partir da semana que vem, ao custo de R$ 350 a R$ 500 por dose, informou a ABCVAC (Associação Brasileira de Clínicas de Vacinas). Em Campinas, já foram registradas duas mortes pela doença – veja mais detalhes abaixo.

O imunizante, batizado de Qdenga, teve eficácia de 80% nos estudos clínicos. É a segunda vacina contra a doença a receber registro no Brasil, mas a primeira de uso amplo na população independentemente de infecção prévia pelo vírus da dengue.

Isso porque a primeira, do laboratório francês Sanofi Pasteur e aprovada no País em 2015, só pode ser aplicada em quem já contraiu algum sorotipo da dengue porque aumenta a ocorrência da forma grave da doença em pessoas nunca antes infectadas pelo vírus.

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A vacina da Sanofi Pasteur tem ainda como limitação a faixa etária para qual é indicada: 9 aos 45 anos, enquanto a Qdenga pode ser usada por pessoas de 4 a 60 anos. O imunizante da empresa japonesa protege contra os quatro sorotipos do vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.

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Por definição da Anvisa, a vacina deverá ser administrada via subcutânea em esquema de duas doses, com intervalo de três meses entre as aplicações. Com isso, o preço do esquema completo de vacinação ficará entre R$ 700 e R$ 1 mil no Brasil.

Os preços máximos foram definidos pela CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos) e variam de acordo com a carga tributária de cada Estado. Esses valores referem-se ao valor que poderá ser cobrado pelo laboratório farmacêutico ao vender o produto para clínicas privadas. No caso do Estado de São Paulo, o preço definido pela CMED é de R$ 379,40.

O valor final ao consumidor é acrescido ainda, segundo a ABCVAC, do serviço prestado no estabelecimento: atendimento, triagem, análise da caderneta de vacinação, orientações pré e pós-vacina, entre outros.

O Ministério da Saúde ainda não definiu se a vacina será disponibilizada no SUS (Sistema Único de Saúde). Para que isso aconteça, o produto deve passar por avaliação da Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias) no SUS em processo que costuma levar ao menos seis meses e que avalia não só a eficácia e a segurança do produto, mas também seu custo-benefício.

HISTÓRICO

De acordo com a Takeda, os estudos clínicos da Qdenga tiveram 28 mil participantes, com acompanhamento de mais de quatro anos dos voluntários da última fase do estudo. Além da eficácia geral de 80,2%, o imunizante alcançou 90,4% de proteção contra hospitalizações pela doença 18 meses após a vacinação. A Qdenga é feita com vírus vivo atenuado do sorotipo 2 da dengue.

“A demonstração da eficácia da vacina Qdenga tem suporte principalmente nos resultados de um estudo de larga escala, de fase 3, randomizado e controlado por placebo, conduzido em países endêmicos para dengue com o objetivo de avaliar a eficácia, segurança e imunogenicidade da vacina”, justificou a Anvisa ao anunciar a aprovação, em março.

A Takeda entrou com pedido de registro na Anvisa em 2021. O processo, segundo a agência, foi demorado porque foram solicitados dados complementares. A vacina “segue sujeita ao monitoramento de eventos adversos por meio de ações de farmacovigilância sob a responsabilidade da empresa”.

A vacina do Instituto Butantan, única a entrar na fase final de estudos além dos produtos da Sanofi e Takeda, registrou 79,6% de eficácia nos testes de fase 3, conforme dados preliminares, mas só deverá ter sua pesquisa concluída e resultados finais conhecidos em 2024.

CENÁRIO EPIDEMIOLÓGICO

De janeiro a 7 de junho deste ano, o País registrou 1,3 milhão de casos prováveis de dengue, alta de 22% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo boletim mais recente do Ministério da Saúde. Ao menos 635 óbitos foram confirmados e outros 420 estavam em investigação no momento da publicação do boletim, no início do mês.

No ano passado, o Brasil teve recorde de óbitos pela doença: 987 vítimas. Fenômenos climáticos podem piorar ainda mais o cenário para os próximos anos. A OMS (Organização Mundial da Saúde) prevê um aumento da disseminação de doenças virais, como dengue, zika e febre chikungunya, devido ao fenômeno climático El Niño, que começou a se manifestar nas últimas semanas e deve influenciar o clima em várias partes do mundo ao longo deste ano

“A OMS está se preparando para a muito alta probabilidade de que 2023 e 2024 serão marcados pelo evento El Niño, que pode aumentar a transmissão de dengue e outras chamadas arboviroses, como zika e chikungunya”, disse na quarta-feira, 21, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom.

EM CAMPINAS

A secretaria Municipal de Saúde de Campinas confirmou ontem (21) a segunda morte por dengue do ano. A vítima é uma mulher de 67 anos, que morreu em 15 de junho em um hospital público da cidade. Ela era moradora da área de abrangência do Centro de Saúde Vista Alegre, região Sudoeste de Campinas.

O primeiro óbito causado pela doença aconteceu em março. A vítima era um homem, de 86 anos, que morava na área de abrangência do Centro de Saúde Taquaral, na região leste da cidade.

Entre o início deste ano e 21 de junho foram confirmados 8.982 casos de dengue. Em 12 de abril, a Saúde divulgou que a cidade está em epidemia da doença (leia mais aqui).

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