Uma operação da Polícia Civil apreendeu 178 cigarros eletrônicos, 36 essências, entre outros acessórios, em uma loja localizada no bairro Cambuí, em Campinas. A ação foi realizada na Rua Padre Almeida, durante investigações para coibir a prática de crime contra a saúde pública. No local, foi dada voz de prisão para o responsável pelo comércio, de 27 anos.
O homem foi detido de acordo com o Art. 278, do Código Penal, que estabelece punição a quem “fabricar, vender, expor à venda, ter em depósito para vender ou, de qualquer forma, entregar a consumo coisa ou substância nociva à saúde, ainda que não destinada à alimentação ou a fim medicinal”.
A pena para o crime contra a saúde pública prevê detenção de um a três anos, além de multa. Segundo a Polícia Civil de Campinas, o caso foi apresentado no 13º DP (Distrito Policial) e homem pagou uma fiança no valor de R$ 2 mil, sendo liberado na sequência.
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VENDA PROIBIDA
Com venda proibida no Brasil, especialistas alertam para complicações cardiovasculares e pulmonares dos cigarros eletrônicos. Consumidos por jovens, podem ser porta de entrada para o tabagismo e colocar em xeque avanços no combate à dependência química da nicotina.
Os dispositivos têm tecnologia simples. Uma bateria permite esquentar o líquido que, em geral, é uma mistura de água, aromatizante alimentar, nicotina, propilenoglicol e glicerina vegetal.
Eles aquecem a nicotina em vez da combustão dos cigarros comuns. Na fumaça do tradicional, há alcatrão, que contém produtos químicos potencialmente cancerígenos, e monóxido de carbono, que aumenta a chance de enfarte e dificulta o transporte de oxigênio das células.
O aerossol do dispositivo pode conter substâncias nocivas, alertam os CDCs (centros de Controle e Prevenção de Doenças). Destacam, também, que é difícil saber quais substâncias o produto contém. Por vezes, no lugar da nicotina, o aparelho é usado para vaporizar outras drogas, como maconha. Alguns, ditos livres de nicotina, apresentaram a substância em análises.
Paulo Corrêa, coordenador da Comissão de Tabagismo da SBPT (Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia), diz que o eletrônico tem toxicidade aumentada em relação ao cigarro convencional, por causa da forma de produção do aerossol. “Ele tem um filamento, que deve ser aquecido. O filamento é revestido por níquel e outros metais, como latão e cobre. O nível de níquel que tem nos cigarros eletrônicos é de duas a 100 vezes maior do que nos tradicionais. O níquel é considerado cancerígeno.”
No Brasil, em 2009, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proibiu a importação, comercialização e propaganda dos dispositivos eletrônicos para fumar, que além dos cigarros incluem os produtos de tabaco aquecido.
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