A Receita Federal e PF (Polícia Federal) cumprem nesta quarta-feira (19) a Operação “La Casa de Papel”, contra crimes no sistema financeiro. A Receita Federal informou que participa em alvos em Campinas e São Paulo. Há alvos também em Lins e Porto Feliz.
De acordo com o órgão, a operação foi deflagrada hoje com o objetivo de desarticular uma organização criminosa que se especializou na captação de recursos de investidores a pretexto de gerir aplicações extremamente rentáveis em setores de minas de diamantes, vinhos, viagens e energia.
“O grupo conta com uma pessoa jurídica detentora de criptomoeda própria, porém não possui qualquer autorização para funcionar como instituição financeira”, disse em nota. Ainda de acordo com a Receita, os investigados ostentam uma vida luxuosa nas redes sociais (veja mais abaixo).
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A INVESTIGAÇÃO
As investigações foram iniciadas após prisão em flagrante de dois componentes do grupo e de um segurança particular deles, em 2021, na cidade de Dourados/MS, transportando US$ 100 mil em pedras preciosas (esmeraldas), sem a documentação comprobatória.
Com o andamento das investigações, foi possível verificar que os envolvidos possuíam relação com uma entidade religiosa, o que possibilitou a identificação de outros envolvidos.
Ainda segundo a Receita, os investigados criaram uma rede de seguidores e colaboradores na internet, causando prejuízos a “investidores” brasileiros, europeus e, principalmente, residentes da América Latina. O esquema movimentou recursos da ordem de milhões de dólares e prejuízos para mais de 1,3 milhão de pessoas em todo o mundo, alegando ataque de “hackers”, auditorias e mentiras.
VIDA LUXUOSA
Segundo a Receita, os investigados ostentam uma vida luxuosa nas redes sociais. Postam imagens de viagens internacionais para Dubai, Cancún e Europa. Mostram veículos importados de altíssimo padrão, ostentam muito ouro, roupas de grifes de altíssimo padrão, pagamento de camarotes de shows e fotos acompanhados com personalidades conhecidas.
De acordo com o órgão, os acusados ainda exibem matérias jornalísticas propagando terem se tornado multimilionários com o negócio e propondo ajudar pessoas a se tornarem milionárias, tudo de modo a buscar atrair mais pessoas para o golpe.
OPERAÇÃO ‘LA CASA DE PAPEL’
Ao todo, estão sendo cumpridos 6 mandados de prisão preventiva e 23 busca e apreensão por 19 Auditores-Fiscais e oito Analistas-Tributários da Receita Federal, 150 Policiais Federais e três servidores da Agência Nacional de Mineração.
Além disso, foi determinada a suspensão das atividades econômicas de 26 pessoas jurídicas, inclusive de uma igreja utilizada na movimentação e lavagem de recursos do esquema financeiro. As ações acontecem nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Goiás, Maranhão e Santa Catarina.
O nome da operação “La Casa de Papel” foi dado em razão de alguns dos investigados possuírem a nacionalidade espanhola e terem criado ficticiamente o seu próprio banco e a sua própria “casa da moeda”.
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