Investigado por ofensas racistas e agressão física contra trabalhadores de um prédio comercial no Centro de Campinas, o vigário paroquial da Basílica Nossa Senhora do Carmo, Silvio Sade Tesche, foi afastado pela Arquidiocese da cidade, que alega que o padre deve “responder pessoalmente” pelos atos. Os crimes apurados aconteceram em 2022, mas só foram relevados agora (veja abaixo).
O primeiro caso aconteceu em setembro do ano passado na garagem do edifício, onde o clérigo se recusou a deixar a chave do carro com o manobrista José Raimundo, de 57 anos, e passou a ofendê-lo e também o empurrou. “Sai daqui, seu macaco filho da p…”, teria dito Tesche. Questionado pela vítima, reforçou as ofensas. “É por isso que eu não gosto de negro, seu petista”, teria afirmado.
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Cerca de um mês depois, no entanto, o padre voltou ao prédio comercial e ofendeu a funcionária da agência bancária da qual é cliente. Segundo a apuração do MP (Ministério Público), a mulher teria sido chamada de “neguinha e mula” depois de se recusar a deixar de atender um cliente para servir café ao acusado. A gerente do estabelecimento intercedeu e foi chamada de “burra” e “boçal”.
INQUÉRITO E AFASTAMENTO
As duas vítimas procuraram a Polícia Civil e fizeram um boletim de ocorrência, que resultou na abertura de um inquérito. Os casos correm separadamente em duas varas criminais de Campinas. Em junho, a Justiça aceitou pedido de denúncia do MP e tornou o padre réu por injúria racial. Paralela à ação criminal, a Cúria Metropolitana apura o caso e o vigário foi afastado na semana passada.
Em nota, a Arquidiocese de Campinas justificou que Silvio Tesche vai “responder pessoalmente por seus atos” e cita que as responsabilizações podem ocorrer nos fóruns “eclesiástico e civil”. “Iluminada pelas Palavras do Evangelho, a Igreja refuta qualquer tipo de discriminação”, justificou o texto. Leia na íntegra o posicionamento oficial sobre as denúncias e o afastamento:
“A Arquidiocese de Campinas informa que o padre Silvio Sade Tesche está impedido de, validamente, exercer seu ministério, devendo responder pessoalmente por seus atos no fórum eclesiástico e civil. Iluminada pelas Palavras do Evangelho, a Igreja refuta qualquer tipo de discriminação”.
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