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CotidianoPais reclamam de falta de suporte no ensino à distância em Paulínia

Pais reclamam de falta de suporte no ensino à distância em Paulínia

Com a retomada gradual e facultativa das aulas presenciais, pais alegam que os filhos ficam semanas sem receber atividades

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Pais relatam prejuízo pedagógico (Foto: Reprodução/EPTV) 

Após as aulas presenciais da rede municipal de Paulínia serem retomadas em abril, de forma gradual e facultativa, muitos pais têm reclamado da falta de aulas e de suporte prestado aos alunos durante o ensino à distância. Ao todo, são 17 mil estudantes matriculados em 58 escolas municipais e 29 entidades. 

Segundo os pais e responsáveis, quando as aulas ocorriam somente no formato on-line, os estudantes tinham atividades de segunda à sexta-feira. Mas, com o retorno das aulas presenciais, eles cumprem escalas de uma semana na escola e outras duas em casa, sem atividades. 

A microempresária Aline Brancalhão Lima diz não estar contente com o programa de educação. Ela conta que, com o revezamento, os alunos estão perdendo conteúdo pedagógico. 

“Já faz um ano e meio que as crianças estão perdendo aula. Nas escolas particulares, os alunos estão tendo aulas on-line todos os dias, e os da rede municipal estão perdendo. Os meus filhos têm aula uma vez na semana e olhe lá”, conta. 

O filho da dona de casa Vânia Francisco é asmático e tem diabetes, e por isso não tem a opção de fazer aula presencial, já que haveria necessidade de uma cuidadora. Também sem acesso à aula on-line, o filho de Vânia tem ficado sem o apoio pedagógico necessário. 

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“A professora deveria dar aulas para duas turmas, no período da manhã e no período da tarde. Mas o que foi passado para a gente é que não vai poder dar a aula on-line porque ia voltar presencial. Foi montado um classroom, uma sala virtual, mas sem a presença da professora. A gente tem que montar as atividades, tirar foto e mandar para ela corrigir. Eu não sou educadora, não tenho essa preparação”. 

PREJUÍZO 

Para a pedagoga Débora Corigliano, é de extrema importância que aqueles alunos que ficam em casa tenham acompanhamento dos professores, já que esse intervalo sem atividades traz prejuízos ao processo de aprendizado. 

“É preferível que essa criança tenha um estímulo ou rotina escolar mesmo que on-line, mas com muito mais frequência. Sem dúvidas é muito melhor do que ficar esse espaço de uma a duas semanas sem ter esse contato com o aprendizado e estímulo que a escola pode proporcionar”. 

Ela ainda sugere: “A escola deveria remanejar isso, os alunos poderiam, por exemplo, ir mais vezes e com menos tempo de aula. Essa decisão, ao meu ver, não foi correta e não se pensou nas crianças”. 

SINDICATO 

O representante do sindicato dos servidores municipais, Rodrigo Jacquet Dias, alega que os professores tiveram que dividir as turmas e que por esse motivo, quando estão em sala, não conseguem dar suporte nas aulas on-line. 

“Pedagogicamente isso é muito ruim, porque o aluno tem aula uma semana e fica duas sem atividade nenhuma, porque as professoras não vão fazer aula presencial e on-line”. 

O QUE DIZ A PREFEITURA 

Procurada, a secretária de educação de Paulínia, Meire Muller, garantiu que são enviadas atividades para os estudantes realizarem em casa. “Não é que não esteja tendo atividades, elas estão sendo colocadas na plataforma. Mas ficamos em uma situação bastante complexa, porque ou o professor está na sala de aula dando aula, ou ele está em casa fazendo aula on-line para os alunos”. 

Ainda segundo Meire, novas estratégias estão sendo pensadas. “Nós estamos finalizando algumas opções, no sentido de minimizar e de atender tanto aquelas crianças que vão para as escolas quanto aquelas que não vão. Com o retorno integral, nós vamos ter uma ação de recuperação com as crianças que não acompanharam devidamente, e suprir essa falta que a pandemia nos trouxe”.

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